
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cogitou publicamente a pena de morte para seis legisladores democratas. A ameaça foi feita em resposta a um vídeo publicado na terça-feira (18) pelos parlamentares, todos com experiência militar ou em serviços de inteligência, no qual encorajavam militares a desobedecerem “ordens ilegais” do governo.
Em suas publicações na rede Truth Social, Trump reagiu com veemência ao conteúdo. “Isso é realmente ruim e perigoso para o nosso país. Suas palavras não podem ser permitidas. COMPORTAMENTO SEDICIOSO DE TRAIDORES!!! PRENDÊ-LOS???”, exclamou o mandatário estadunidense. Em uma publicação posterior, foi ainda mais longe: “COMPORTAMENTO SEDICIOSO, punível com a MORTE!”. Trump também republicou uma mensagem de um usuário que o instava a “enforcá-los”, fazendo referência a George Washington.
O Partido Democrata respondeu imediatamente às declarações presidenciais. “Trump acaba de pedir a pena de morte contra legisladores democratas. Um ultraje absoluto”, escreveu o partido em seu perfil na rede social X.
A controvérsia se origina de um vídeo onde os legisladores democratas afirmaram que “esta administração está colocando nossos militares e profissionais de inteligência uniformizados contra os cidadãos estadunidenses”.
No mesmo comunicado, declararam: “Neste momento, as ameaças à nossa Constituição não vêm apenas do exterior, mas também daqui mesmo, de casa”, e acrescentaram: “Vocês podem se recusar a acatar ordens ilegais.”
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, tentou suavizar as declarações presidenciais, afirmando que Trump “não deseja ver integrantes do Congresso sendo executados”. No entanto, ela questionou a conduta dos democratas: “Por que não estão falando sobre o que esses membros do Congresso estão fazendo para encorajar e incitar a violência?”
Entre os legisladores alvo das ameaças estão nomes de peso como o senador Mark Kelly, ex-piloto de combate da Marinha e astronauta da Nasa, e a senadora Elissa Slotkin, que serviu à CIA no Iraque.
Os parlamentares envolvidos prometeram não se intimidar, afirmando em comunicado conjunto: “Esse juramento dura toda a vida, e temos a intenção de cumpri-lo. Nenhuma ameaça, intimidação ou apelo à violência vai nos dissuadir dessa sagrada obrigação.”
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, acusou Trump de inflamar a violência no país. “Quando Donald Trump usa a linguagem de execução e traição, alguns de seus simpatizantes podem ouvir muito bem. Está acendendo um fósforo em um país mergulhado em gasolina política”, afirmou Schumer no plenário do Senado.
Do lado republicano, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, defendeu a postura de Trump e criticou o vídeo dos democratas, classificando-o como “totalmente inapropriado e muito perigoso”.