
A retirada da tarifa extra de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros por Donald Trump provocou reação imediata de Eduardo Bolsonaro, que tentou descolar Lula do recuo americano e afirmou que a decisão ocorreu apenas por causa da “inflação americana”. O deputado, licenciado e vivendo nos EUA desde março, contestou publicamente a leitura do governo brasileiro de que houve êxito diplomático.
O decreto da Casa Branca cita textualmente o avanço das conversas iniciadas entre Lula e Trump em outubro, durante o encontro na Malásia, e essa menção foi tratada pelo Planalto como confirmação do peso das negociações conduzidas pelo Itamaraty.
A tarifa-Moraes de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros é consequência direta da crise institucional causada pelo ministro Alexandre de Moraes, cujos abusos já preocupam o mundo e afetam a confiança internacional no Brasil.
É preciso ser claro: a diplomacia brasileira… pic.twitter.com/Nqk09v3V49
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 20, 2025
Eduardo Bolsonaro também afirmou que a medida não tem relação com o governo Lula e voltou a usar o termo “Tarifa-Moraes”. Disse que a mudança se deve a pressões internas nos EUA, citando especialmente o impacto do café e da carne bovina nos preços ao consumidor e o calendário eleitoral de 2026. Ele afirmou que a diplomacia brasileira “não teve qualquer mérito” e que outros países também foram beneficiados.
O deputado ainda responsabilizou novamente o ministro Alexandre de Moraes pelo tarifaço original, alegando que a suposta “instabilidade jurídica” teria afetado a confiança internacional — argumento que o governo rebate.
Com a disputa política instalada, o Planalto tenta consolidar o episódio como avanço nas relações com Washington, ressaltando que o decreto americano mencionou diretamente as tratativas com Lula. O governo afirma que seguirá negociando para ampliar a retirada das tarifas impostas em julho.
O decreto da Casa Branca cita o avanço das conversas iniciadas entre Lula e Trump em outubro, durante o encontro na Malásia, e essa menção foi tratada pelo Planalto como confirmação do peso das negociações conduzidas pelo Itamaraty. Para a ministra Gleisi Hoffmann, a mudança representa uma vitória política de Lula. Nas redes, ela afirmou que “Lula soube conversar com seriedade e altivez com Donald Trump” e classificou o episódio como uma derrota para Jair e Eduardo Bolsonaro, além de aliados que celebraram o tarifaço, como Tarcísio de Freitas.
O líder do governo, José Guimarães, também avaliou o recuo americano como resultado da “diplomacia ativa” do Brasil. Segundo ele, a retirada das tarifas fortalece tanto o agronegócio quanto setores industriais exportadores.