
Essa charge do cartunista Santiago é a síntese do cinismo na COP30. Quem está em Belém do Pará pode conviver ao acaso, se tiver azar, com Eduardo Leite, Sebastião Melo e Topázio Neto, prefeito de Florianópolis.
Eles estão ou estiveram onde esteve Greta Thunberg e por onde já passou o príncipe William. Esses dois são defensores da preservação do meio ambiente.
Aqueles primeiros citados são negacionistas ou são líderes de ações destrutivas do que se chama, de forma ampla e genérica, de natureza.
O que eles estão fazendo na COP30, se são sabotadores de leis, normas e ideias em defesa da Terra? Foram se vender como mais ou menos ambientalistas moderados e passear.
No primeiro ano do primeiro governo no Rio Grande do Sul, em 2019, Eduardo Leite destruiu a legislação ambiental do Estado, com a revogação de leis e normas em projeto que enviou à Assembleia e teve a aprovação da maioria dos deputados.
Sebastião Melo é o prefeito que mais abriu a porteira para a ocupação de áreas de Porto Alegre pelos amigos empresários, como fez com a derrubada de mais de 100 árvores em espaço público do Parque Harmonia, nas proximidades do Gasômetro, para exploração pelo setor privado.
Melo já era prefeito quando ocorreu a tragédia ambiental de 2024, que atingiu Porto Alegre e pelo menos um terço do Estado, com consequências devastadoras por falta de investimentos no sistema de proteção e drenagem da cidade.

Topázio Neto vive em confronto direto com o Ministério Público por tentar impor obras que agridem o meio ambiente. O prefeito não é diferente da média dos governantes municipais e estaduais de Santa Catarina.
E o que eles poderiam aprender em Belém, se nenhum deles tem nada a mostrar como ações minimamente ambientalistas?
Foram, passearam, deram entrevistas e tentaram enganar quem quer ser enganado. A COP30, como mostra Santiago, também acolheu quem foi só para tirar a foto.