Bancos desistem de emprestar R$ 6,5 bilhões à Eletrobras por falta de garantias

Atualizado em 21 de novembro de 2025 às 17:45
Fachada da Eletrobras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os grandes bancos privados desistiram de conceder um empréstimo de R$ 6,5 bilhões à Eletrobras após um mês de negociações. Segundo uma fonte do setor financeiro, as garantias apresentadas pela estatal não atenderam às exigências do mercado.

“O desenho final de garantias não satisfez”, disse um executivo ao Valor Econômico. Sem acordo, a operação acabou sendo assumida pelos bancos públicos. A Eletrobras anunciou que fechou a captação com garantia da União por meio da Caixa e do Banco do Brasil, que aportarão R$ 2,5 bilhões e R$ 4 bilhões, respectivamente.

O governo federal não aceitou as condições impostas pelos bancos privados, o que levou novamente as instituições estatais a socorrer a elétrica. Todas as grandes instituições privadas participaram das conversas, mas nenhuma avançou.

Fontes afirmam que a estatal precisa de recursos para levar adiante um amplo conjunto de investimentos em suas subsidiárias. Embora a União fosse, na prática, a responsável por reforçar o capital da empresa, o governo evita esse caminho devido às restrições fiscais. O empréstimo, nesse contexto, foi classificado por um executivo como mais um “subterfúgio” para evitar impacto direto nas contas públicas.

Banco do Brasil. Foto: Divulgação

A Eletrobras informou que o dinheiro será aplicado no Plano Diretor de Negócios e Gestão 2014-2018, aprovado pelo Conselho de Administração. O plano já tem orçamento autorizado e depende desses recursos para ser executado. A estatal explicou ainda que a operação passou por um processo de bookbuilding conduzido pelo Banco do Brasil, mandatário da negociação.

O comunicado enviado à CVM afirma que diversas instituições foram convidadas, mas o resultado demonstrou que apenas os bancos públicos aceitaram assumir o risco com suporte da União. Nas negociações com o setor privado, o governo não cedeu às exigências consideradas excessivas.

O montante será repassado em três parcelas, com prazo total de oito anos e dois anos de carência. Os desembolsos devem ocorrer até janeiro de 2015. As condições incluem custo equivalente a 119,5% do CDI e taxa de estruturação de 0,75%.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.