
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) soube da prisão do marido enquanto estava no Ceará, onde participaria de um encontro do PL Mulher Nacional em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A detenção de Jair Bolsonaro (PL), ocorrida por volta das 6h deste sábado (22), a levou a cancelar imediatamente sua participação no evento e providenciar o retorno a Brasília.
Nas redes sociais, Michelle publicou um versículo bíblico e escreveu: “Nós não vamos desistir da nossa nação”, seguida de uma mensagem informando que aguardava voo de volta à capital federal.
“Neste momento, estou no Ceará aguardando voo para Brasília. Nossa vice-presidente do PL Mulher, Priscila Costa, e a deputada federal Rosana Vale conduzirão o encontro do PL Mulher em Caucaia”, registrou.

O PL Mulher também se manifestou, dizendo ter recebido com “indignação e tristeza” a notícia da prisão. A sigla afirmou que “Jair Bolsonaro foi calado e aprisionado em sua casa e pediu que Michelle Bolsonaro mantivesse a chama de esperança acesa no povo”.
Na mesma nota, o movimento destacou que Michelle estaria no Nordeste para “levar a mensagem de força, fé, resiliência e coragem” e acrescentou que, diante da ordem de transferência do ex-presidente para um estabelecimento prisional, o retorno imediato dela a Brasília foi providenciado.
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi cumprida após a Polícia Federal apontar indícios de que o ex-presidente planejava fugir.
Segundo a decisão, Bolsonaro teria violado a tornozeleira eletrônica às 00h08 deste sábado, o que reforçou a suspeita de evasão. Além disso, a convocação de uma vigília no condomínio do ex-presidente, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na sexta-feira (21), foi interpretada como tentativa de tumultuar a fiscalização das medidas cautelares.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, monitorado e proibido de sair de casa à noite e nos fins de semana.
Também não podia usar redes sociais nem manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, uma vez que suas falas eram utilizadas para difundir mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”, segundo Moraes.
A nova prisão não tem relação direta com a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, processo ainda pendente de recursos.
A defesa do ex-presidente divulgou nota afirmando que a decisão causa “perplexidade” e representa risco à saúde de Bolsonaro, devido às suas “múltiplas comorbidades”.
O PL classificou a medida como desnecessária. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável à prisão. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde aguarda audiência de custódia marcada para este domingo (23).