
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado, 22, que desconhecia a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Ao ser questionado por repórteres, o chefe da Casa Branca demonstrou surpresa e limitou-se a comentar que “é uma pena”.
A declaração ocorreu poucas horas depois de o ex-presidente brasileiro ser detido por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Trump inicialmente respondeu com hesitação quando ouviu a pergunta sobre Bolsonaro.
Ele disse ter conversado na noite anterior com “o cavalheiro de quem vocês estão falando” e mencionou que pretendia “encontrá-lo em breve”. A fala gerou dúvidas entre os jornalistas, que insistiram no tema e informaram o presidente americano sobre a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ao compreender o assunto, Trump repetiu que não tinha conhecimento da decisão do STF. “Foi isso que aconteceu? É uma pena, só acho que é uma pena”, afirmou. A reação contrastou com declarações duras que ele havia feito meses antes em defesa de Bolsonaro e críticas ao Judiciário brasileiro.
Donald Trump foi surpreendido com a informação da prisão de Bolsonaro.
Se limitou a dizer que “é uma pena”. pic.twitter.com/d8nzcNSs74
— Sam Pancher (@SamPancher) November 22, 2025
Em julho deste ano, Trump anunciara tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como resposta ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente. “O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional”, disse à época.
O republicano também afirmou que o processo envolvendo o ex-mandatário era “uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, segundo sua publicação oficial.
Desde então, o diálogo entre Washington e Brasília mudou de rumo. As equipes de Trump e Lula retomaram contatos frequentes, o que resultou na retirada da tarifa adicional de 40% sobre carne, café e frutas brasileiras anunciada na quinta-feira, 20. O gesto sinalizou uma tentativa de reorganizar a relação comercial entre os dois países.
Nessas conversas mais recentes, Bolsonaro deixou de ser pauta prioritária para o governo americano. A redução de tarifas foi tratada sem menções ao ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ao apresentar a nova política tarifária, Trump preferiu centrar sua fala em questões econômicas.