Sem surto nem soluço: PF diz que Bolsonaro estava bem após prisão

Atualizado em 22 de novembro de 2025 às 21:06
Jair Bolsonaro, o ex-presidente passou pelo exame de corpo de delito neste sábado (21) após ser preso. Reprodução

Jair Bolsonaro passou por exame de corpo de delito na manhã deste sábado (22), horas depois de ter a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.

A avaliação ocorreu no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, e teve caráter ad cautelum, modalidade usada para registrar o estado físico e mental de um detento no momento da custódia. Segundo fontes da PF, o ex-presidente apresentou bom estado de saúde.

O procedimento faz parte do protocolo aplicado pela instituição após prisões decretadas pelo Supremo Tribunal Federal. A análise inicial não registrou sinais de estresse, soluços ou alterações relevantes. O exame será anexado ao processo que acompanha a decisão de Moraes.

Após a avaliação, Bolsonaro foi levado à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde permanece enquanto aguarda a audiência de custódia prevista para domingo (23), às 12h, por videoconferência. O deslocamento ocorreu sob escolta e seguiu os trâmites internos da instituição.

Fachada do Instituto Nacional de Criminalística, onde Bolsonaro fez seu exame de corpo de delito neste sábado. Divulgação

Há possibilidade de transferência posterior para o Complexo da Papuda, conforme o andamento dos procedimentos judiciais e administrativos. A PF não detalhou eventuais movimentações futuras, que dependem de decisões judiciais e avaliação do sistema prisional.

A ordem de prisão preventiva foi expedida por Moraes sem relação direta com a condenação na ação referente à tentativa de golpe de Estado. O ministro mencionou risco de fuga e interferência no curso das investigações, além de registro oficial de violação da tornozeleira eletrônica na madrugada deste sábado.

O despacho cita informes do Centro de Integração de Monitoração Integrada do DF, que comunicou à Corte a detecção de violação do equipamento às 0h08 do dia 22. A decisão também menciona indícios de planejamento prévio de fuga para a embaixada da Argentina, onde seria solicitado asilo político.

Moraes registrou, ainda, que Bolsonaro incentivou apoiadores a organizar uma “vigília” em frente ao condomínio onde reside, fato associado ao risco de tumulto durante o cumprimento do mandado. A PF acompanhou a movimentação e reforçou o controle de acesso na região.

Enquanto aguarda a audiência, Bolsonaro permanece sob custódia na Superintendência. As equipes da PF mantêm os protocolos usuais aplicados em casos de prisão preventiva e monitoram o fluxo de pessoas nos arredores do prédio devido à presença de grupos políticos.