“Violador de direitos humanos”: Embaixada dos EUA ataca Moraes após prisão de Bolsonaro

Atualizado em 22 de novembro de 2025 às 22:55
Ministro Alexandre de Moraes, atacado pela Embaixada americana neste sábado. Foto: Reprodução

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou neste sábado, 22, uma mensagem no X, na qual critica diretamente o ministro Alexandre de Moraes e sua decisão de decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. O texto afirma que Moraes seria “um violador de direitos humanos sancionado” e acusa o magistrado de expor o Supremo Tribunal Federal ao “descrédito internacional”.

Na publicação, a missão diplomática sustenta que o ministro teria rompido com “normas tradicionais de autocontenção judicial” e politizado o processo envolvendo o ex-presidente. A mensagem afirma ainda que Washington estaria “profundamente preocupada” com o que classificou como um ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política brasileira.

O comunicado menciona que Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar sob forte vigilância e com limitações severas de comunicação, e descreve a decisão de levá-lo ao cárcere como “provocativa e desnecessária”. O texto reforça que “não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder”.

Logo após a publicação da Embaixada, Christopher Landau, ex-embaixador dos EUA no Brasil e atual vice-secretário de Estado, compartilhou mensagem semelhante. Landau repetiu a acusação de que Moraes teria se afastado de padrões de imparcialidade e provocado desgaste institucional ao STF diante da comunidade internacional.

Até o momento, não houve posicionamento oficial do governo brasileiro sobre o episódio.

A prisão de Bolsonaro ocorreu após a PF registrar tentativa de violação da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes considerou o ato como risco de fuga e determinou a transferência do ex-presidente para Brasília. A defesa sustenta que Bolsonaro nunca tentou deixar o país.

A manifestação pública dos EUA acontece em meio a um ambiente político já tensionado pela repercussão da prisão e pelas reações de aliados de Bolsonaro, que falam em “perseguição judicial”.