Assassinato de prefeito no México leva à prisão de sete agentes de segurança

Atualizado em 23 de novembro de 2025 às 0:04
Agentes da Promotoria de Michoacán escoltam sete policiais municipais presos por suspeita de envolvimento no assassinato do prefeito Carlos Manzo, em Uruapan.

As autoridades do estado mexicano de Michoacán prenderam sete seguranças municipais suspeitos de envolvimento no assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo. A detenção ocorreu na sexta-feira, poucos dias após a captura do homem apontado como mandante do crime. Manzo, conhecido por denunciar a violência de cartéis, foi morto a tiros durante um evento do Dia dos Mortos em 1º de novembro. Com informações do Globo.

Segundo o gabinete do procurador-geral de Michoacán, os servidores públicos foram detidos por “provável participação no crime de homicídio qualificado, por omissão”. Para a Promotoria, a atuação da equipe de segurança levantou dúvidas porque não conseguiu impedir o ataque. O suspeito que efetuou os disparos acabou baleado e contido pelos próprios seguranças.

A operação que prendeu os sete agentes envolveu equipes estaduais e federais, inclusive a Guarda Nacional. De acordo com a Associated Press, tropas cercaram um prédio municipal próximo ao local do crime e realizaram as detenções no fim da tarde.

Manzo, de 40 anos, participava de uma cerimônia pública acompanhado da família quando foi atingido por sete disparos, provocando pânico entre os presentes. A morte desencadeou protestos em Uruapan e reacendeu discussões sobre a infiltração de grupos criminosos em órgãos municipais

Carlos Manzo foi assassinado a tiros no início de novembro

.O prefeito havia denunciado recentemente ameaças e casos de extorsão contra produtores de abacate — uma das principais atividades econômicas do estado — atribuídos a organizações criminosas. Também cobrava maior presença do governo federal no combate ao avanço dos cartéis na região.

As autoridades mexicanas afirmam que o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) é o principal suspeito de ordenar o crime. Considerado um dos grupos mais violentos do país, o CJNG atua com tráfico de drogas, sequestro e extorsão, e é conhecido por atacar autoridades que resistem às suas imposições.

O suposto mandante, identificado apenas como Jorge Amando, foi detido na quarta-feira. A Promotoria acredita que o grupo tenha atuado para garantir o controle de rotas do tráfico e ampliar sua influência em Michoacán, estado marcado pela disputa entre diferentes organizações.