
As investigações da Operação Carbono Oculto avançaram nesta semana e revelaram novas colaborações decisivas. Roberto da Silva, conhecido como “Beto Louco”, e Mohamad Mourad, o “Primo”, dois dos principais alvos da operação, decidiram cooperar com as autoridades a partir de delações e negociações formais. As informações são da coluna de Lauro Jardim, do O Globo.
As revelações ocorreram após movimentos concentrados no Norte e no Nordeste, onde a operação mira a atuação do PCC no mercado de combustíveis. As informações fornecidas pelos investigados já repercutem na cúpula política em Brasília e em setores estratégicos de São Paulo.
De acordo com relatos preliminares, “Beto Louco” firmou acordo de delação premiada e começou a detalhar o funcionamento da rede criminosa. Mohamad Mourad, por sua vez, está em processo de negociação para aderir ao mesmo formato de colaboração.

A Carbono Oculto apura o envolvimento da facção na cadeia de combustíveis por meio de empresas e instituições financeiras que teriam facilitado transações suspeitas. Os depoimentos indicam que figuras políticas de peso, em diferentes esferas, surgem vinculadas ao esquema.
As informações colhidas até agora reforçam a suspeita de que o caso pode extrapolar o crime organizado e alcançar articulações com agentes públicos. Investigadores veem sinais de que a estrutura operava com ramificações que vão além da área econômica.
Nos bastidores do governo Lula, a avaliação é de que a Carbono Oculto apresenta pontos de conexão com o caso Master – a Operação Compliance Zero – outro processo que envolve suspeitas de irregularidades financeiras. A possibilidade de que ambos tenham elementos comuns já é tratada como hipótese concreta, e o cruzamento de informações pode abrir uma nova etapa nas apurações.
Com as delações em andamento, a expectativa é de que novas frentes se abram nos próximos dias, ampliando o alcance da investigação e trazendo esclarecimentos sobre a participação de operadores políticos e financeiros.