
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou nesta segunda-feira (24) que pretende levar ao exterior uma série de denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil, na qual o deputado classificou o episódio como perseguição política e religiosa.
Segundo ele, o objetivo é acionar representações diplomáticas e organismos multilaterais para chamar atenção internacional ao caso. Cavalcante disse que a primeira etapa será protocolar documentos em todas as embaixadas instaladas em Brasília.
Afirmou ainda que vê respaldo para acionar instâncias como a Organização dos Estados Americanos e a Organização das Nações Unidas. Para o parlamentar, tornar o assunto internacionalizado é uma forma de pressionar instituições brasileiras e expor o que ele considera abusos.
Em tom duro, Sóstenes voltou a criticar Moraes durante a entrevista. Ele questionou decisões recentes do magistrado e afirmou entender que há um desequilíbrio na relação entre Poder Judiciário e Poder Legislativo. Em suas palavras, “a democracia no Brasil está em xeque com os avanços e desrespeitos constitucionais do ministro Alexandre”.
O líder do PL elevou ainda mais o tom ao afirmar que, na sua visão, Moraes “é um psicopata em alto grau”. A fala repercutiu entre aliados e opositores no Congresso, mas o deputado manteve a posição e disse que continuará denunciando o que considera excessos no processo contra Bolsonaro.
Sóstenes destacou que não pretende restringir sua atuação ao cenário doméstico. A estratégia, segundo ele, envolve apresentar relatórios e documentos que reforcem sua avaliação de que houve abuso na condução da prisão preventiva.
O deputado afirmou que acredita que o tema pode ganhar relevância internacional caso seja exposto de forma organizada. A iniciativa faz parte do movimento de reação política do PL após a prisão de Bolsonaro, decretada no sábado.
O partido discute internamente ações legislativas, estratégias de comunicação e eventuais medidas judiciais em defesa do ex-presidente. A avaliação dele é de que o espaço institucional brasileiro estaria reduzido para contestar decisões do Supremo, razão pela qual, segundo ele, a busca por apoio externo se tornou necessária.
O deputado afirma acreditar que organismos internacionais podem pressionar por mudanças de postura. Mesmo sem detalhar prazos ou formatos, o parlamentar disse que iniciará o roteiro de visitas diplomáticas ainda nesta semana.