
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) direcionou cobranças à bancada do agronegócio e à bancada evangélica logo no início do vídeo publicado nesta segunda-feira (24).
O parlamentar, condenado no Núcleo 1 da trama golpista, questionou a postura dos dois grupos em relação à defesa de anistia para os condenados pelos atos golpistas de 2022 e afirmou: “Cadê a bancada do agro? Cadê a bancada evangélica? Vão ficar do lado de quem persegue e é contra valores cristãos?”. O deputado aparece caminhando em área externa nos Estados Unidos, onde está com a esposa e os filhos após deixar o Brasil.
Ramagem disse estar “em segurança” no país e voltou a negar que seja foragido, afirmando que permanece no exterior por decisão própria dias depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretar sua prisão preventiva.
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A ordem foi emitida no processo que investiga sua participação na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Condenado a mais de 16 anos de prisão, o deputado afirmou que o caso ainda não chegou ao trânsito em julgado e que mantém o mandato de forma remota.
No vídeo, o bolsonarista reiterou críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, classificando o caso como “perseguição política”. Disse também que viajar foi a forma encontrada para manter a família segura. Ele voltou a defender a anistia para os condenados pelos atos golpistas e afirmou que o Congresso deve resolver o que chama de injustiças nos processos do 8 de Janeiro. A Polícia Federal deve pedir a inclusão do nome de Ramagem na Difusão Vermelha da Interpol, procedimento adotado quando um investigado deixa o país após ter prisão decretada.
Com a possível inclusão no sistema internacional, o deputado poderá ser localizado por autoridades estrangeiras enquanto se aguarda decisão sobre eventual extradição. Ramagem segue nos Estados Unidos, situação que deve ampliar o embate entre aliados e opositores no Congresso. A defesa sustenta que não houve fuga. Já parlamentares da oposição afirmam que a saída do país ocorreu para evitar o cumprimento da ordem judicial.