“Mercado” acha que governo Trump se importa com prisão de Bolsonaro

Atualizado em 24 de novembro de 2025 às 20:24
Donald Trump, presidente dos EUA. Reprodução

A reação de integrantes do governo dos Estados Unidos à prisão de Jair Bolsonaro passou a ser acompanhada por operadores financeiros desde o fim de semana. Analistas observam possíveis impactos de curto prazo, especialmente após manifestações públicas de autoridades americanas. O foco imediato recaiu sobre declarações de membros do Departamento de Estado. Com informações da Veja.

A primeira fala veio do presidente Donald Trump. Ele disse “É uma pena. Muito ruim”, ao ser informado por um jornalista brasileiro sobre a prisão, registrada no sábado (22). A declaração repercutiu entre aliados do ex-presidente e foi mencionada em mesas de operação como sinal de atenção ao tema.

A sinalização mais relevante para o mercado partiu do vice-secretário de Estado Christopher Landau. Ele publicou críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal. Landau chamou Moraes de “violador de direitos humanos” e acusou o STF de “politizar escancaradamente o processo judicial”. A embaixada dos EUA no Brasil compartilhou o conteúdo.

Economistas consultados ao longo do domingo e desta segunda-feira (24) consideraram incomum o teor da manifestação. O fato de a crítica vir de um integrante do Departamento de Estado fez o tema entrar no radar de curto prazo. Operadores afirmam que o episódio deve seguir monitorado enquanto houver exposição pública de autoridades americanas.

A dúvida entre gestores é se o governo Trump permanecerá na esfera retórica ou ampliará o posicionamento. Algumas mesas de operação acompanham movimentações no Congresso dos Estados Unidos e eventuais novos comunicados da diplomacia americana. A incerteza envolve cenários eleitorais internos aos EUA e a possibilidade de repercussões futuras.

Durante o G20 na África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às declarações. Ele disse: “Eu não faço comentário sobre decisão da Suprema Corte. A Justiça decidiu, tá decidido. Todo mundo sabe o que ele fez.” A fala ocorreu após questionamentos sobre a reação de autoridades americanas.

Lula também comentou a fala de Trump de forma direta. Ele afirmou: “Acho que o Trump tem que saber que nós somos um país soberano. O que a nossa Justiça decide, está decidido.” O presidente buscou sinalizar que o governo brasileiro mantém sua posição institucional independentemente de pressões externas.

O episódio envolve também avaliação política. A manifestação de Landau circulou entre grupos bolsonaristas que defendem a narrativa de perseguição. O governo Lula observa o tema como parte do debate sobre soberania e funcionamento das instituições brasileiras. As discussões internas seguem separadas das decisões judiciais em curso.

Do ponto de vista econômico, operadores consideram que o risco envolve projeções de cenário fiscal e ambiente externo. A semana já começou com monitoramento de indicadores e relatórios internacionais. A reação dos EUA adicionou um elemento novo ao acompanhamento diário dos agentes financeiros. Por enquanto, os operadores do mercado financeiro aguardam novos sinais oficiais.