
Em 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou no X que prisão domiciliar “não é coisa de país sério” e questionou a capacidade do Brasil de monitorar tornozeleiras eletrônicas. Na publicação, ele escreveu que “o condenado é carcereiro dele mesmo” e defendeu mudanças na Lei de Execução Penal e no Código de Processo Penal.
A declaração voltou a circular após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) neste sábado (22). O ex-presidente foi detido pela Polícia Federal depois de admitir que tentou romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda durante o monitoramento determinado pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo Bolsonaro, ele utilizou “ferro quente” por curiosidade. A ferramenta atinge altas temperaturas e pode derreter metais. A tentativa foi registrada por agentes responsáveis pelo acompanhamento das medidas impostas ao ex-presidente.
Em 2017 o Eduardo Bolsonaro defendia o fim da prisão domiciliar. Hoje, ele é totalmente favorável porque o pai dele está em prisão domiciliar numa mansão. pic.twitter.com/WTukuuXRyf
— Pedro Ronchi 🇧🇷 (@PedroRonchi2) October 21, 2025
A defesa de Bolsonaro afirma que ele deve retornar ao regime anterior e sustenta que não houve intenção de fuga. Os advogados citam informações da equipe médica e do órgão do Distrito Federal responsável pelo sistema de monitoramento, apontando que o ex-presidente fazia uso de medicamentos controlados.
De acordo com a defesa, Bolsonaro apresentou episódios de “confusão mental e alucinações” relacionados às medicações. A situação, segundo o relato dos advogados, teria ocorrido pouco antes do episódio envolvendo o ferro de solda.
Em audiência de custódia realizada após avaliação médica, Bolsonaro classificou o ocorrido como um momento de “paranoia”. O processo segue no Supremo Tribunal Federal.
E o Eduardo Bolsonaro que era contra prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica? pic.twitter.com/Iivjzu5jEC
— ⚖️WE THE PEOPLE 🙌 .•. (@Boscardin) August 5, 2025