
Michelle Bolsonaro é quem tem preparado as quentinhas entregues diariamente a Jair Bolsonaro (PL) na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Desde domingo, segundo dia de prisão do ex-presidente, a ex-primeira-dama assumiu pessoalmente a responsabilidade pelas refeições enviadas à custódia, conforme informações do Globo.
De acordo com pessoas próximas ao casal, as refeições saem cedo da cozinha de Michelle, ainda quentes, acomodadas em potes de plástico transparente. O cardápio inclui arroz branco, frango grelhado em tiras, omelete cortada em quadrados firmes e espigas de milho cozido, tudo preparado com pouca gordura, conforme recomendações médicas.
As entregas são feitas pelo irmão de Michelle, Eduardo Torres, que cruza diariamente o portão principal da PF para entregar o volume à equipe responsável pela custódia.
O envio das quentinhas deve continuar nos próximos dias e é a forma encontrada pela família para manter a dieta especial indicada após as complicações gastrointestinais decorrentes da facada de 2018. Bolsonaro tem recusado as refeições oferecidas pela PF, optando exclusivamente pela comida caseira.

Rotina dentro da PF
A rotina do ex-presidente na Superintendência é marcada por poucas atividades. A sala especial onde está custodiado, com cama simples, banheiro privativo, frigobar, ar-condicionado e monitoramento permanente, fica iluminada principalmente pela televisão, ligada durante grande parte do dia.
Por meio dela, Bolsonaro acompanha notícias sobre sua própria prisão, análises e debates jurídicos. As visitas são restritas a médicos, advogados e familiares autorizados. O restante do tempo se divide entre refeições, TV, banho de sol e descanso.
Comunicação controlada
Com contatos limitados, o fluxo de informações também ficou mais rígido. Em reunião da bancada do PL na última segunda-feira (24), ficou estabelecido que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atuará como porta-voz político do pai enquanto ele estiver sob custódia.
O senador deve visitá-lo na manhã desta terça-feira (25), em encontro de meia hora autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Preso desde sábado (22), Bolsonaro aguarda o julgamento dos embargos de declaração no processo da trama golpista. A análise deve ocorrer nos próximos dias e poderá definir se ele permanecerá na superintendência ou será transferido para iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.