PF escalou até ‘time de extração aérea’ em plano para prender Bolsonaro

Atualizado em 25 de novembro de 2025 às 11:50
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Foto: Reprodução

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) no sábado (22) foi executada dentro de um plano previamente estruturado pela Polícia Federal (PF), que incluiu a preparação de um “time de extração aérea” caso fosse necessário retirar o ex-presidente de helicóptero, conforme informações da colunista Daniela Lima, do UOL.

A estratégia envolveu setores de inteligência, operações táticas e aviação, todos acionados para garantir que a ordem judicial fosse cumprida sem riscos e sem exposição pública.

A PF montou uma operação que mobilizou a Divisão de Inteligência Policial (DIP), o Comando de Operações Táticas (COT) — responsável por intervir se houvesse aglomeração ou resistência — e uma equipe de aviação pronta para atuar por via aérea.

Às 6h da manhã, os agentes tomaram posição e bateram à porta do ex-presidente. Bolsonaro não reagiu, dispensando a atuação do COT, que aguardava dentro de uma van descaracterizada.

A operação foi conduzida sem registro de imagens. Bolsonaro chegou à Superintendência da PF em Brasília pela garagem e percorreu apenas áreas internas, evitando qualquer exposição. Isso seguiu determinação expressa do ministro Alexandre de Moraes: cumprir a ordem “com todo o respeito à dignidade do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática”.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Motivos da ordem de prisão

Moraes determinou a prisão preventiva após avaliar risco de fuga, citando elementos como a vigília convocada por Flávio Bolsonaro na porta do condomínio do pai e a tentativa do ex-presidente de violar a tornozeleira eletrônica usada no regime domiciliar. O episódio foi interpretado como descumprimento de medidas cautelares.

Bolsonaro cumpre o terceiro dia de prisão preventiva na Superintendência da PF no Distrito Federal. Ele aguarda o julgamento dos embargos de declaração no processo da trama golpista — etapa que deve ocorrer nos próximos dias e pode definir sua permanência na superintendência ou uma eventual transferência para iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

O prazo para apresentação dos embargos de declaração terminou na segunda-feira (24) sem manifestação da defesa.

A única alternativa agora é apresentar embargos infringentes, que poderiam levar o caso ao plenário do STF. No entanto, a jurisprudência é clara: só há envio ao plenário quando pelo menos dois ministros votam a favor do réu, e Bolsonaro teve apenas o voto de Luiz Fux.