Alcolumbre marca para 10 de dezembro a sabatina de Jorge Messias no Senado

Atualizado em 25 de novembro de 2025 às 19:11
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Foto: Brenno Carvalho

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, marcou para 10 de dezembro a sabatina do ministro Jorge Messias na CCJ. A definição ocorre após a indicação feita pelo presidente Lula no dia 20 para a vaga aberta no STF. A relatoria ficará com o senador Weverton, aliado de Alcolumbre e integrante da base governista. A expectativa é que, se aprovado na comissão, o nome seja votado no plenário no mesmo dia, seguindo o rito usual do Senado desde a redemocratização.

A escolha de Messias gerou desgaste entre Alcolumbre e o governo. O presidente do Senado trabalhava por Rodrigo Pacheco para a vaga e não comunicou o calendário ao líder governista, Jaques Wagner. Segundo Wagner, eles não conversam desde o anúncio da indicação. O senador informou que recebeu apenas a mensagem de que Alcolumbre não desejava contato naquele momento.

Wagner afirmou que o governo ainda não enviou formalmente a mensagem com a indicação ao Senado. Ele disse considerar possível que Lula converse com Alcolumbre antes do envio. O líder do governo declarou que já iniciou as articulações para alcançar mais de 41 votos, número mínimo para aprovação, mas demonstrou preferência por mais tempo para Messias dialogar com as bancadas.

Lula e Jorge Messias. Foto: Divulgação

Alcolumbre levou ao plenário um projeto parado que cria aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde. A matéria, aprovada por 57 votos, pode gerar impacto relevante no Orçamento. Em nota, ele disse que a medida representa prioridade do Parlamento e classificou o resultado como “boa notícia para o SUS, para o país e para quem sustenta a saúde pública”.

Messias enviou mensagem ao senador chamando-o de “autêntico líder” e destacando o papel institucional dele no Congresso. Alcolumbre reagiu de forma crítica, mencionando tratar-se de “bom começo”. Entre parlamentares governistas, a avaliação é de que Messias ainda não alcançou os votos necessários, o que motivou movimentação adicional do presidente Lula para facilitar o diálogo antes da votação.

A indicação foi construída após consultas internas feitas por Lula. O presidente conversou com ministros do STF e com aliados, incluindo Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, além de se reunir com Barroso e com Pacheco. Caso aprovado, Messias assumirá o acervo deixado por Barroso, composto por 895 processos, incluindo temas ligados à Operação Lava Jato. Ele será a 11ª indicação de Lula ao STF ao longo de seus mandatos.