Crise do Banco Master alcança Tarcísio após PF mirar doador de sua campanha

Atualizado em 25 de novembro de 2025 às 22:13
Tarcísio de Freitas durante a privatização da Emae. Foto: Reprodução

As investigações envolvendo o Banco Master atingem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em duas frentes distintas. A primeira envolve Fabiano Zettel, cunhado de Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira. Zettel foi o principal doador pessoa física da campanha de Tarcísio ao governo paulista, contribuindo com R$ 2 milhões. Ele é apontado pela Polícia Federal como suspeito de integrar operações que aumentaram o patrimônio do banco. Com informações do Metrópoles.

A segunda linha de apuração diz respeito à privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável pelo controle do volume de água do Rio Pinheiros e das represas Guarapiranga e Billings. A companhia foi vendida no segundo ano da gestão Tarcísio, em um processo que contou com apresentação pública. O Fundo Phoenix FIP arrematou a estatal por R$ 1,04 bilhão, tendo o empresário Nelson Tanure entre os cotistas.

Após a privatização, a Emae aplicou R$ 160 milhões em CDBs do Letsbank, instituição pertencente ao conglomerado ligado ao Banco Master. O montante equivale a 5,88% do ativo da empresa, de acordo com dados divulgados pela própria Emae. A transação ganhou destaque após a PF deflagrar a Operação Compliance Zero.

Fachada do Banco Master. Foto: reprodução

A operação da PF resultou na prisão de Daniel Vorcaro e de Augusto Lima, ex-CEO do Banco Master. A partir das prisões, documentos e movimentações financeiras passaram a ser analisados para verificar a origem dos recursos e a participação de executivos da instituição. As duas frentes de investigação colocaram o entorno político do governador em observação.

Com o avanço das apurações, Tarcísio buscou se reposicionar diante das pressões sobre a área de desestatizações, tema central de sua gestão. A venda da Emae foi divulgada como um dos marcos do programa de privatizações do governo paulista. A repercussão das aplicações financeiras realizadas após o leilão elevou o interesse sobre as etapas posteriores à alienação.

A Emae informou que a aplicação em CDBs ligados ao Banco Master não afeta sua capacidade operacional. A empresa afirmou que “mantém posição de caixa suficiente para fazer frente às suas obrigações e ao curso normal de seus negócios”.