
A condenação definitiva de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na terça-feira (25) o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão, desencadeou uma nova onda de mobilização entre apoiadores do ex-presidente. Enquanto Bolsonaro permanece detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já estava preso preventivamente desde sábado (22), grupos de extrema-direita intensificaram ações políticas e campanhas digitais para pressionar pela sua libertação.
Nas redes sociais, uma das movimentações mais relevantes partiu de uma página no Instagram identificada como base de fãs do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Com mais de 600 mil seguidores, o perfil publicou mensagens cogitando a realização de uma greve de caminhoneiros a partir de uma manifestação iniciada no domingo (30). A postagem rapidamente ganhou repercussão diante da lembrança do histórico de paralisações promovidas por apoiadores do ex-presidente.
Entre os seguidores da página estão figuras centrais do bolsonarismo, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o vereador paulistano Lucas Pavanato (PL-SP), o senador Ciro Nogueira (Progressistas) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), ex-candidato à Prefeitura de São Paulo.
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A adesão de parlamentares e influenciadores repete a dinâmica observada em protestos anteriores, quando a reação ao resultado eleitoral ampliou a articulação digital e estimulou atos nas ruas.
A ideia de uma paralisação de caminhoneiros não é nova nesse grupo político. Em novembro de 2022, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores de Bolsonaro bloquearam rodovias em mais de 20 estados, provocando forte impacto no trânsito e na logística nacional.
Na ocasião, a Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para derrubar judicialmente os bloqueios e garantir o livre tráfego.
Agora, a mobilização coincide com uma pressão crescente sobre o Congresso para que seja pautado o Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A proposta, defendida abertamente por aliados do ex-presidente, enfrenta resistência do Centrão e não tem consenso para avançar, mas a prisão definitiva de Bolsonaro reacendeu tentativas da ala mais radical da direita de retomar o tema.
A decisão desta terça-feira do STF encerra a fase recursal da ação penal que condenou Bolsonaro por liderar uma organização criminosa destinada a impedir a posse de Lula e subverter o Estado democrático de Direito.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a execução imediata da pena após considerar que não havia base jurídica para novos recursos. A medida consolida a prisão em regime inicial fechado, ainda que mantida, por enquanto, em instalação especial da Polícia Federal.