
A Corte de Apelação de Roma decidiu remarcar para 4 de dezembro, às 13h (horário de Brasília), a primeira audiência do processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli. A parlamentar foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
O adiamento ocorreu a pedido dos advogados italianos de Zambelli, que aderiram à greve da categoria. Segundo o UOL, a mudança faz parte da estratégia da defesa para prolongar sua permanência em território italiano, o que pode resultar em maior abatimento de pena caso a extradição seja autorizada.
A deputada chegou à corte por volta das 7h, usando calça jeans, moletom azul-marinho e tênis. A sessão estava inicialmente marcada para as 9h e seria a primeira análise formal do pedido de extradição enviado pelo governo brasileiro.
Zambelli está presa na Itália desde que fugiu após a condenação no processo relacionado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão sobre sua extradição depende da Justiça italiana e do governo do país, que avaliam o pedido encaminhado pelo Brasil.
O documento inclui também outra condenação: em agosto, o STF determinou pena de cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com arma de fogo.

O Ministério Público italiano afirmou que os processos contra Zambelli não têm motivação política e respeitam as garantias legais. Ela está detida desde 29 de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, após a Corte de Apelação considerar que havia grave risco de fuga.
No parecer enviado à Justiça, o procurador Erminio Carmelo Amelio disse que não há elementos que justifiquem a recusa da extradição e descartou argumentos de perseguição política levantados pela defesa. Ele afirmou que não foram identificados atos persecutórios que pudessem impedir o envio da parlamentar ao Brasil.
A defesa italiana de Zambelli, representada pelo advogado Pieremilio Sammarco, classificou o parecer do MP como “gravemente lacunoso” e alegou que ele não aborda supostas anomalias nos processos brasileiros. Paralelamente, no Brasil, o STF já decidiu pela cassação do mandato da deputada, medida que ainda aguarda análise da Câmara dos Deputados.