Grupo Refit detalhava esquema em janelas de vidro no Rio, dizem investigadores

Atualizado em 27 de novembro de 2025 às 21:52
Anotações em janela de escritório do Grupo Refit
Anotações em janela de escritório do Grupo Refit – Arquivo Pessoal

Fotos obtidas nesta quinta-feira (27) mostram que integrantes do Grupo Refit registravam detalhes do esquema investigado diretamente em janelas de vidro no escritório localizado na Cinelândia, no Rio de Janeiro. As imagens exibem anotações relacionadas a operações, transportadoras, refinarias, investigados e autoridades. Com informações de Octávio Guedes, no g1.

Os investigadores identificaram que diversas janelas estavam preenchidas com marcações feitas à caneta. O local passou a ser chamado pela força-tarefa de “escritório da corrupção”. Segundo as equipes que realizam a Operação Poço de Lobato, as anotações estavam distribuídas por diferentes áreas do escritório.

As informações encontradas indicam que o grupo acompanhava autoridades do Judiciário e do Congresso. Entre as inscrições constavam referências como “mapeamento do Judiciário”, “mapeamento das Procuradorias estaduais”, “mapeamento do ministério” e “mapeamento dos portos”. Uma das anotações citava Beto Louco, investigado pelo Ministério Público de São Paulo.

Esquema de corrupção da Refit anotado em janela
Esquema de corrupção da Refit anotado em janela – Arquivo Pessoal

A referência ao termo “dashboard do crime” também foi registrada pelos agentes. As imagens foram obtidas durante diligências realizadas na etapa da operação deflagrada nesta quinta-feira (27). O material integra o conjunto de documentos recolhidos pela força-tarefa.

A Operação Poço de Lobato investiga um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro atribuído à Refit, antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro. De acordo com a Receita Federal, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano por meio de empresas próprias, fundos de investimentos e offshores.

O grupo é comandado por Ricardo Magro, apontado como um dos maiores devedores de ICMS do país. Segundo os investigadores, o esquema teria causado prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal. A defesa do grupo não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.