Como Alcolumbre pretende sabotar a indicação de Messias ao STF

Atualizado em 28 de novembro de 2025 às 0:13
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Foto: Divulgação

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou a aliados nesta quinta-feira (27) que contabiliza 60 votos para rejeitar a indicação de Jorge Messias ao STF, enviada pelo presidente Lula. Segundo relatos, ele também sinalizou que pode encurtar o tempo de votação no plenário para impedir que o governo alcance o mínimo de 41 votos favoráveis necessários para aprovação. Com informações da Folha.

Senadores consideram que o número apresentado por Alcolumbre pode estar inflado, mas admitem que há maioria contrária à indicação. O presidente do Senado defendia o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso e tem mantido postura de distanciamento em relação ao indicado do governo.

A aliados, Alcolumbre disse que pretende encerrar a votação pouco depois de atingir quórum, o que difere da conduta adotada em votações anteriores. Na aprovação do procurador-geral da República Paulo Gonet, também neste mês, ele manteve o painel aberto até que mais de 70 senadores registrassem seus votos.

Messias tem buscado contatos individuais com parlamentares para tentar reduzir resistências, afirmando que não deve ser associado às divergências entre Alcolumbre e o governo. O indicado atuou anteriormente no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA), com quem Alcolumbre rompeu politicamente.

O presidente Lula (PT) e o ministro da AGU, Jorge Messias, recém-indicado à uma vaga ao STF – Ricardo Stuckert/Divulgação PR

A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça foi marcada para 10 de dezembro, com votação no mesmo dia. Governistas avaliam que o prazo curto dificulta articulações e discutem a possibilidade de adiar a data por meio de ferramenta regimental, articulando com o presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA).

Integrantes do governo afirmam que Lula deve procurar Alcolumbre para negociar, mencionando cargos em órgãos como Cade, ANA e CVM. Segundo aliados do Planalto, contudo, a vaga no STF não integra qualquer discussão, já que a indicação é prerrogativa direta do presidente da República.