
A Corregedoria da Polícia Militar prendeu cinco policiais do Batalhão de Choque suspeitos de crimes cometidos durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão em 28 de outubro. As prisões ocorreram nesta sexta-feira, após análise de imagens de câmeras corporais que apontam o furto de dois fuzis durante a ação. Há suspeita de que as armas tenham sido desviadas, enquanto sete modelos diferentes de fuzis foram apreendidos oficialmente na operação. Com informações do g1.
Ao todo, dez PMs são investigados e tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos no batalhão e em endereços pessoais. Segundo as apurações, dois grupos diferentes não apresentaram fuzis apreendidos nas delegacias da Polícia Civil, como determina o protocolo. Em um dos casos, seis policiais recolheram uma arma na comunidade e saíram sem registrar a apreensão, encontrando outros dois agentes posteriormente em uma padaria.
As câmeras corporais mostram momentos em que os policiais manipulam armas e tentam ocultar o material. Em outro trecho analisado pela Corregedoria, dois sargentos conversam sobre esconder um fuzil antes de sair da área, o que reforçou a suspeita de conduta dolosa para alterar o resultado da operação. Esses elementos motivaram a ordem de prisão de cinco militares, entre eles um subtenente e quatro sargentos.
A defesa de um dos réus, o sargento Diogo da Silva Souza, afirma que a prisão é “desnecessária” e que os policiais agiram em legítima defesa durante confronto armado com criminosos. O advogado Marcos Espínola argumenta que a detenção não tem fundamento jurídico enquanto a perícia das imagens não for concluída, e diz que os envolvidos têm bons antecedentes e estavam prestando serviço público no momento da ação.

A megaoperação foi uma das mais letais do ano, com 122 mortos — cinco policiais e 117 pessoas classificadas pelo governo do Rio como criminosos. A ação mobilizou equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, e levou à evacuação de áreas inteiras nos complexos da Penha e do Alemão. As mortes seguem sendo investigadas por órgãos de controle e pelo Ministério Público.
As apurações sobre o desvio de armas estão sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, que analisa imagens, documentos e depoimentos para determinar se houve conluio entre os agentes. A Polícia Militar afirmou, em nota, que não compactua com desvios de conduta e que todos os mandados judiciais foram cumpridos.