
Os Estados Unidos sugeriram ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que deixasse o país e seguisse para a Rússia ou outra nação disposta a recebê-lo. A declaração foi feita neste domingo pelo senador republicano Markwayne Mullin, integrante do Comitê das Forças Armadas do Senado americano. Segundo ele, a orientação foi transmitida antes do aumento da tensão militar na região. Com informações da CNN Brasil.
A afirmação ocorre em meio à presença de um contingente militar americano na costa da Venezuela. Nas últimas semanas, Washington intensificou movimentos aéreos e navais perto do país sul-americano, elevando a preocupação internacional sobre um possível confronto. Mesmo assim, Mullin afirmou que o governo não pretende enviar tropas para o território venezuelano.
O senador ressaltou que Trump deixou claro que os EUA não irão atacar a Venezuela, mas que a prioridade é “proteger as próprias costas”. Ainda assim, o presidente elevou o tom nos últimos dias. No sábado, publicou que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “totalmente fechado”, mensagem dirigida a companhias aéreas, pilotos e grupos ligados ao tráfico.

A declaração foi interpretada como uma ampliação da pressão sobre o governo Maduro. Trump também disse que operações para deter o narcotráfico “por terra” começariam em breve, o que reforça o endurecimento da postura americana na região. Washington acusa Maduro de liderar um cartel de drogas, acusação que o venezuelano rejeita.
O governo de Caracas reagiu, afirmando que os EUA utilizam o combate ao narcotráfico como pretexto para tentar derrubá-lo e tomar as reservas de petróleo venezuelanas. No sábado, militares venezuelanos foram mobilizados para manobras na costa. A movimentação ocorre enquanto aviões de combate americanos têm sido registrados operando a poucas dezenas de quilômetros do litoral da Venezuela.
Desde setembro, os Estados Unidos realizam bombardeios contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe e no Pacífico oriental, ação que já deixou ao menos 83 mortos, segundo Washington. Para Caracas, a ofensiva é parte de uma política de agressão prolongada contra o governo Maduro.
O The New York Times revelou que Trump e Maduro tiveram uma conversa telefônica recente sobre uma possível reunião. Neste domingo, Trump confirmou o contato, mas não deu detalhes do conteúdo abordado durante a ligação. O gesto sugere que, apesar da escalada pública, canais diplomáticos continuam abertos.
A situação mantém o clima de tensão entre os dois países, com a Venezuela acusando os Estados Unidos de ameaçar sua soberania e Trump reforçando pressões políticas e militares. O episódio adiciona novas incertezas sobre os próximos passos na crise venezuelana, que volta a ocupar o centro das atenções internacionais.