
Uma operação envolvendo Ministério Público, Receita Federal e Polícia atingiu cinco estados e o Distrito Federal após a identificação de um esquema de sonegação fiscal estimado em R$ 26 bilhões. No centro das investigações está Ricardo Magro, empresário do setor de combustíveis, acusado de construir seu patrimônio com recursos que deveriam ter sido pagos em impostos.
O programa “Fantástico” expôs no último domingo a vida de luxo do investigado em Miami, nos Estados Unidos. Entre os bens ligados a Magro está uma mansão à beira-mar avaliada em cerca de R$ 100 milhões. O imóvel já pertenceu ao jogador de basquete LeBron James e conta com seis quartos, oito banheiros, casa de hóspedes e até um octógono para treinos. A estrutura externa inclui um ancoradouro capaz de receber embarcações de grande porte.

A reportagem também encontrou indícios de que Magro utiliza um iate estimado em R$ 9 milhões. A embarcação tem suítes, sala de estar e cozinha. Em deslocamentos terrestres, o empresário costuma usar um carro esportivo italiano avaliado em cerca de R$ 700 mil, reforçando o padrão de luxo mostrado pelas investigações.
Para viagens internacionais, o empresário dispõe de um jatinho particular avaliado em R$ 25 milhões. Durante a apuração, a equipe do Fantástico tentou contato em diferentes endereços associados a ele, mas não obteve retorno. Também foi constatado que uma fundação aberta por Magro nos Estados Unidos estava fechada no momento da visita.

As autoridades brasileiras buscam recuperar bens e seguir com responsabilizações criminais. De acordo com Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, o caso envolve crimes de evasão e fraude tributária. A operação também mira possíveis irregularidades na cadeia de combustíveis.
Em nota enviada ao “Fantástico”, a empresa Refit, ligada ao empresário, afirmou que os débitos tributários apontados estão sendo discutidos judicialmente. A companhia também negou qualquer tentativa de ocultar receitas ou praticar fraude no recolhimento de impostos.

A Refit declarou ainda que não há irregularidades na carga apreendida pela fiscalização em quatro navios associados à empresa. Outro ponto negado foi o fornecimento de combustíveis para postos ligados a organizações criminosas, algo apontado em trechos da investigação.
A megaoperação segue em andamento, e a expectativa das autoridades é de aprofundar o rastreamento de bens e esclarecer o caminho da suposta sonegação bilionária. A investigação envolve cooperação internacional e será desdobrada nos próximos meses à medida que novas frentes forem analisadas.
