Espada ? É sério isso ? pic.twitter.com/5MC55UHzbB
— Cortes de Alto Valor ✡️ (@CortesAltoValor) November 30, 2025
Com uma espada em punho e rodeado por estandartes que remetem ao imaginário romano e ao nazismo, Alexandre Santos virou o centro da performance que marcou o primeiro grande evento do MBL após a criação do partido Missão. No palco, declarou que a alternativa da nova legenda é “vencer ou morrer”, sintetizando a estética e o discurso de um extrema-direita que quer substituir o bolsonarismo.
Alexandre, conhecido como Salsicha, estudou comunicação social na FAAP, mas deixou a faculdade devendo meses de mensalidade, processo que a instituição levou à Justiça e nunca conseguiu citá-lo. Apesar do histórico, ele virou símbolo do tipo de militância que o MBL quer exibir no Missão: jovem, teatral, ideologicamente aguerrida e distante da figura “do jovem de terno”, rejeitada por Arthur do Val, ex-deputado estadual em SP cassado.
O festival reuniu 3,6 mil pessoas em galpões na Zona Leste de São Paulo, misturando painéis, debates, sessões de autógrafos e venda de souvenires. Renan Santos, irmão de Alexandre e “pré-candidato à Presidência”, dividiu o palco com nomes ligados à segurança pública. Xingou Flávio Bolsonaro.
O debate girou em torno de ocupação de territórios, letalidade policial e enfrentamento às facções. Chacina, chacina, chacina. Em outro espaço, o “Valete”, integrantes do movimento questionavam o conceito de democracia e culpavam Judiciário, PT e expansão do Estado por tudo o que veem como autoritário no país.
Com a homologação do Missão pelo TSE, o MBL tenta se afirmar como partido de extrema direita com projeto próprio. Amanda Vettorazzo, vereadora em São Paulo e futura filiada, citou o “livro amarelo” que reúne as diretrizes da legenda, defendendo industrialização, “desfavelização” e métricas de desempenho atreladas às emendas parlamentares.
O público, majoritariamente homens entre 20 e 35 anos, circulava entre estandes do movimento, incluindo o núcleo paranaense, que vendia chaveiros, camisetas e peças de “arte hippie”.
Arthur do Val afirmou que o Missão quer formar uma direita com identidade própria e que o movimento não depende de figuras individuais, citando o caso dos áudios em que descreveu mulheres ucranianas de forma misógina, episódio que lhe custou o mandato.
Mas o festival também foi marcado por explicações sobre novos desgastes: Cristiano Beraldo, que chegou a ser cogitado como presidenciável do Missão, foi alvo da operação que investiga um esquema bilionário de sonegação ligado à Refit, de Rodrigo Magro. Beraldo é, segundo do Val, o maior financiador do Missão.
Renan Santos desafia Flavio Bolsonaro para 2026 pic.twitter.com/nkiFKIqHOe
— Todo dia alguem caindo no funil do MBL (@funildombl) November 30, 2025