Lula age nos bastidores por Messias e tenta driblar resistência no Senado

Atualizado em 1 de dezembro de 2025 às 12:56
O presidente Lula e Jorge Messias. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) decidiu atuar pessoalmente para tentar reverter o clima desfavorável à indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado-geral da União foi escolhido pelo próprio petista, mas depende da aprovação do Senado para assumir a vaga. Nas últimas semanas, resistências internas tornaram o cenário mais incerto.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, para avançar na articulação, Lula chamou o senador Weverton Rocha, relator da indicação, para uma conversa reservada. O encontro estava previsto para domingo (30), mas foi remarcado para esta segunda (1º) por questões de agenda.

A expectativa é que Weverton ajude a mapear insatisfações e orientar a estratégia do governo. A movimentação ocorre porque o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), resiste ao nome de Messias e defendia a indicação de Rodrigo Pacheco.

Segundo aliados, Alcolumbre tem atuado para que o indicado de Lula não seja aprovado no plenário, onde, em tese, teria maioria para influenciar o resultado. Weverton já sinalizou que apresentará relatório favorável ao advogado-geral na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ).

Lula e Davi Alcolumbre. Foto: Breno Esaki/Metrópoles

A aprovação na comissão é vista como provável, mas não garante o desfecho final, já que a votação do plenário será decisiva. Por isso, o governo tenta reduzir arestas antes que o processo avance. A crise entre o Planalto e Alcolumbre escalou após o presidente do Senado divulgar nota no domingo.

O texto rebate informações de que ele estaria exigindo cargos para apoiar Messias. “É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão (…) de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico”, afirmou.

Alcolumbre classificou a acusação como ofensiva ao Congresso e disse que não aceitará tentativas de desmoralização. “Nenhum Poder deve se julgar acima do outro, e ninguém detém o monopólio da razão”, declarou, acrescentando que informações falsas vêm sendo usadas para desqualificar sua posição.

Para conter o desgaste, ministros de Lula passaram a afirmar que Alcolumbre não fez qualquer exigência ao governo. A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo tem “o mais alto respeito e reconhecimento” pelo presidente do Senado e rejeitando qualquer relação com negociações de cargos ou emendas.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.