
Uma funcionária do PL no Piauí afirma ter sido demitida por intolerância religiosa após ser acusada dentro do partido de “fazer macumba” e de praticar rituais ligados a religiões de matriz africana. O caso envolve Denise Xavier, secretária-adjunta da sigla no estado, e provocou reação imediata de entidades religiosas.
Segundo a Federação Umbandista do Brasil (Feubra), Denise foi alvo de mensagens em grupos de WhatsApp nas quais foi chamada de “macumbeira” de forma ofensiva e acusada — sem qualquer evidência — de ter levado um despacho para a sede do PL.
A entidade afirma que dirigentes chegaram a dizer que instalariam câmeras para verificar se ela estaria levando “terra de cemitério” ao local, em uma série de ataques descritos como “preconceituosos e carregados de estigmas contra religiões de matriz africana”.
A Feubra repudiou o episódio, reforçando que a “Umbanda é religião, merece respeito e proteção”, e declarou que as condutas relatadas violam a Constituição e configuram intolerância religiosa. A entidade cobrou que o PL-Piauí identifique e responsabilize os autores das ofensas.
Depoimento da funcionária
Em vídeo publicado nas redes sociais, Denise descreveu os ataques: “Hoje eu fui até uma delegacia fazer um boletim de ocorrência porque fui desrespeitada. Me chamaram de macumbeira, disseram que eu pareço uma assombração nas escadas e que precisam colocar câmeras no local pra ver se eu não estou levando despacho lá para dentro, pra ver se eu não estou levando terra de cemitério”.
Ela acrescentou que os áudios comprovando as ofensas existem e que a hostilidade levou à sua demissão:“Tudo isso a gente tem gravado em áudio, todas essas informações já chegaram até mim. Então, por conta disso, eu também perdi meu emprego, perdi meu cargo.”
Assista abaixo:
⏯️ Uma funcionária do PL do Piauí alega que foi demitida do partido de Jair Bolsonaro por intolerância religiosa. A Federação Umbandista do Brasil (Feubra) emitiu nota na qual “repudia com firmeza” os atos praticados contra Denise Xavier, secretária-adjunta da sigla no estado.… pic.twitter.com/Y6HW4hTK5M
— Metrópoles (@Metropoles) December 2, 2025