Michelle Bolsonaro ampliou seu espaço político nas redes sociais e passou a superar os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro em indicadores de alcance e engajamento, segundo dados da Ativaweb divulgados nesta terça-feira (2). O movimento ocorre em meio à disputa interna pelo comando das articulações do PL após a prisão do ex-presidente. Com informações de Valdo Cruz, do g1.
O levantamento aponta que Jair Bolsonaro segue com 27,1 milhões de seguidores nas plataformas do grupo Meta, embora esteja proibido de utilizá-las desde decisões judiciais posteriores ao julgamento que levou à sua condenação. Mesmo assim, sua presença digital permanece como a maior referência do grupo.
Michelle acumula atualmente 7,7 milhões de seguidores no Instagram e no Facebook. Ela cresceu após o aumento das aparições públicas desde a prisão do marido e ultrapassou os enteados. Eduardo Bolsonaro soma 7 milhões; Flávio Bolsonaro, 6,3 milhões; e Carlos Bolsonaro, 3,6 milhões.
Segundo o diretor da Ativaweb, Alek Maracajá, Michelle lidera também todos os indicadores qualitativos monitorados, como engajamento, alcance orgânico e impacto sobre a narrativa que circula nas redes. Os dados apontam crescimento contínuo desde abril de 2024, quando ela tinha 6,6 milhões de seguidores.
Ver essa foto no Instagram
Na última semana, Michelle ganhou 94 mil seguidores nas plataformas. O aumento ocorre enquanto ela assume um papel mais ativo nas disputas internas do PL e faz críticas públicas a articulações do partido, como a tentativa de aliança no Ceará com Ciro Gomes.
A crise familiar ficou explícita após a manifestação de Michelle sobre o diretório cearense. A divergência levou os filhos do ex-presidente a defenderem, em reunião marcada para esta terça-feira (2), a retomada de um comando mais centralizado nas decisões políticas do grupo.
Michelle afirmou hoje que respeita a posição dos enteados, mas continuará expressando suas opiniões políticas. A declaração ocorre após dias de tensão e recados cruzados entre aliados do núcleo familiar e parlamentares ligados ao PL.
Bolsonaristas próximos ao partido admitem que veem nela um ativo político em expansão. Um líder do blocos disse ao blog que o crescimento é positivo, mas exige coordenação com a cúpula do partido para evitar mensagens divergentes no mesmo campo político.
A disputa interna também ocorre no momento em que Jair Bolsonaro permanece preso na superintendência da Polícia Federal, o que deixa em aberto a definição de quem ocupa o espaço central na articulação nacional do bolsonarismo.
Os dados da Ativaweb mostram que Michelle consolidou uma presença digital mais forte desde a condenação do marido, assumindo maior visibilidade pública enquanto o PL tenta reorganizar sua estrutura de liderança.