
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-desembargador bolsonarista Sebastião Coelho e o representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, Chicão Caminhoneiro, comunicaram que irão protocolizar uma ação para legalizar a paralisação geral da categoria, prevista para começar nesta quinta-feira (4). Chicão afirmou que o objetivo é garantir respaldo jurídico ao movimento, com acompanhamento direto do ex-magistrado.
Coelho declarou que oferecerá suporte jurídico durante todo o processo e agradeceu o convite das lideranças. Segundo ele, a ação tem caráter contínuo e acompanhará todas as etapas da mobilização organizada pela categoria. Representantes afirmam que a paralisação não tem vínculo partidário e foi convocada como reivindicação por melhorias nas condições de trabalho.
Entre as demandas apresentadas estão estabilidade contratual, cumprimento de normas já estabelecidas, reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e aposentadoria especial após 25 anos de atividade comprovada. Lideranças da categoria afirmam que essas pautas integram negociações antigas e ainda não atendidas.
Sebastião Coelho protocolando o movimento dos caminhoneiros!
A paralisação está marcada para dia 4 e será gigante!
Se os caminhoneiros pararem, o Brasil para. O Brasil é do Agro! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷 pic.twitter.com/odMJTaYr2s
— Marcia Freire 🇺🇸🇮🇱🇧🇷 (@MarciaFreire66) December 2, 2025
Sebastião Coelho, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), havia convocado, na última semana, uma paralisação em apoio à anistia do político de extrema-direita, que está preso na sede da Polícia Federal. Em seu perfil no Instagram, Coelho orienta seguidores sobre como a mobilização deve ocorrer e menciona que o foco do ato é o Congresso Nacional.
O ex-magistrado disse que serviços essenciais, como bombeiros, hospitais e ambulâncias, não devem aderir, enquanto demais setores podem participar da paralisação. Segundo ele, a adesão tende a ocorrer de forma gradual, por setores, até que outras categorias se juntem ao movimento.
A última grande paralisação de caminhoneiros ocorreu em 2018 e durou 10 dias. Naquele período, o protesto foi motivado pelos aumentos nos preços dos combustíveis, especialmente o óleo diesel, e resultou em impactos nacionais como desabastecimento de alimentos e combustíveis. O movimento terminou após o então presidente Michel Temer (MDB) aceitar parte das reivindicações apresentadas pela categoria.