O rendimento médio do trabalhador brasileiro subiu para R$ 3.108 em 2024, um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse foi o segundo ano seguido de avanço real da renda, que acumulou alta de 10,8% no biênio 2023-2024.
O instituto avaliou que a melhora no rendimento contribuiu para reduzir a população em situação de pobreza, embora uma análise completa dependa também de aposentadorias, pensões e benefícios sociais. Setores como transporte, armazenagem e correio tiveram o maior crescimento, com alta de 8,8%.
Agropecuária avançou 6,2% e comércio e reparação cresceu 4,6%. O IBGE destaca que essas atividades puxaram o desempenho da renda no período, influenciando diretamente a melhoria geral do rendimento médio do trabalho.
O levantamento também aponta que o Brasil liderou, em 2022, a proporção de trabalhadores pobres entre 40 países analisados pela OCDE. O índice ficou em 16,7%, acima de México (14,2%), Costa Rica (15,1%) e Turquia (11,8%). O estudo considera pobres os trabalhadores que vivem com renda per capita abaixo de US$ 8,30 por dia.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o fenômeno dos trabalhadores pobres está ligado à baixa qualidade das ocupações, com vínculos frágeis e baixa remuneração. O IBGE reforça que a condição se mantém mesmo entre pessoas empregadas, especialmente em lares chefiados por adultos em idade ativa.
O relatório cita ainda a evolução demográfica do país. A expectativa de vida subiu para 76,6 anos em 2024, um dado que acompanha o envelhecimento da população brasileira e afeta diretamente a estrutura do mercado de trabalho, a previdência e o peso da renda do trabalho na composição dos orçamentos familiares.