
O influenciador e coach Thiago da Cruz Schoba, de 37 anos, conhecido nas redes como Thiago Shutz, o “Calvo do Campari”, divulgou um vídeo em sua conta no Instagram para negar que tenha tentado estuprar a namorada. Ele admitiu agressões, mas afirmou que foram resultado de uma “agressão corporal mútua”, alegando que se defendia durante uma briga no quarto.
O caso ocorreu em Salto, no interior de São Paulo, na madrugada de sábado (29), quando o coach foi preso em flagrante após a companheira relatar violência física e tentativa de forçar relação sexual. Shutz foi liberado após audiência de custódia e passou a cumprir medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha. A identidade da vítima foi preservada.
Em um vídeo intitulado por ele como “pronunciamento oficial”, Shutz negou a acusação de violência sexual. “Me imputarem uma tentativa de estupro, que nunca fiz e jamais faria na minha vida, é gravíssimo”. Ele mostra arranhões pelo corpo e afirma que a briga começou após anunciar o fim do relacionamento.
“Estou todo machucado”, diz. Segundo sua versão, a namorada teria ido de Sorocaba a Salto para passar o final de semana e, durante a discussão, os dois entraram em luta corporal.
O coach admite ter empurrado a mulher e colocado a mão em seu pescoço. “Eu sei que errei”, afirma. Shutz ainda menciona detalhes íntimos, afirmando que o casal tinha “sexo muito intenso, muito selvagem e muito acalorado”, sempre com consentimento, segundo ele.
O influencer redpill (doutrina que prega ideias misóginas de “masculinismo”) afirmou também que exagerou na bebida, justificando seu comportamento agressivo: “Eu tenho um problema com álcool e eu não deveria ter bebido”.
Em outro momento no estilo “quem me conhece sabe”, Shutz alegou que nunca pregou violência nos 5 anos de imagem pública. “Não tem nenhum material em que eu incentivo qualquer tipo de violência”, disse com cinismo, ignorando ameaças feitas contra uma influenciadora após virar piada nas redes sociais: “Processo ou bala”, intimou.
Por fim, o masculinista tentou descredibilizar as denúncias da vítima atacando-a pessoalmente, tentando convencer seu público de que sua ex-namorada estaria mentindo por ser uma mulher promiscua.
“O sexo era muito intenso. intenso, muito selvagem e muito acalorado […] Eu sempre recebia texto e mensagem extremamente picante e de cunho sexual por parte dela, em quantidade absurda. A iniciação dos atos sexuais que partiam mais da parte dela do que da minha parte”, argumentou.
Resumo do pronunciamento do Calvo do Campari:
– Sim, eu bati.
– Sim, eu bebi.
– Ela gosta muito de sexo.
– É isso, obrigado.— Manual do Piloto Pobre (@soupilotopobre) December 3, 2025
Outros processos
Thiago Shutz já havia protagonizado polêmicas em 2023, quando viralizou ao gravar vídeos sobre suposta “manipulação feminina”, gerando críticas e reações irônicas de humoristas.
Após sátiras de Lívia La Gatto, respondeu com a frase “processo ou bala”, segundo o MP. A influenciadora Bruna Volpi também relatou ameaças. Com o novo episódio, o Ministério Público pediu à Justiça que revogue a suspensão do processo anterior. O pedido aguarda decisão.
Nesta terça-feira (2), o Ministério Público de São Paulo solicitou à Justiça a reabertura de uma ação de 2023, na qual Thiago responde por ameaça e violência psicológica contra a atriz Lívia La Gatto e a cantora Bruna Volpi. Na época, o MP havia proposto suspender o processo por dois anos, com a condição de que o coach não fosse novamente processado — o que mudou após a prisão ocorrida no fim de semana.
Associado ao movimento misógino conhecido como red pill, o influenciador negou liderança no grupo. “Não represento nenhum movimento, não sou líder de nada”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, policiais foram acionados na noite de sexta-feira (28) após a vítima, de 30 anos, ser encontrada com lesões próximo à residência do coach. Ambos passaram por exame de corpo de delito e prestaram depoimento na Delegacia de Itu. O caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal.