“Narrativas de ruptura”: a possibilidade de um novo 8/1, segundo a Abin

Atualizado em 4 de dezembro de 2025 às 9:34
Entrada da sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou que a ruptura da confiança pública no processo eleitoral pode reacender “narrativas de ruptura e de contestação, inclusive violenta”, semelhantes às que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro.

O alerta consta no relatório divulgado nesta quarta-feira (3), que aponta os principais riscos para a segurança democrática do país em 2026.

Segundo o documento, as eleições de 2026 ocorrerão em um “contexto de múltiplas vulnerabilidades”, com potencial de comprometer a integridade do processo democrático. A agência afirma que o extremismo permanece latente e pode resultar em novas ameaças concretas, como as de 2023.

O relatório descreve a “deslegitimação sistêmica das instituições democráticas” como um dos principais fatores de risco.

De acordo com a Abin, esse desgaste corrói a confiança do eleitorado no Judiciário — especialmente na Justiça Eleitoral —, no Legislativo e na capacidade do Executivo de garantir direitos e liberdades. Com isso, parte da população passa a enxergar essas instituições como “parciais e pouco confiáveis”.

Bolsonaristas durante atos golpistas em 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: reprodução

Movimentos extremistas internacionais também preocupam

O documento também aponta ameaças externas. A Abin destaca articulações “transnacionais de movimentos extremistas”, que compartilham táticas de manipulação e propaganda para desestabilizar democracias.

“Atores estatais ou não estatais podem ter altos incentivos para promover ações de desestabilização do processo eleitoral, minando a confiança nas instituições, influenciando resultados e favorecendo interesses geopolíticos e econômicos próprios”, afirma o relatório.