
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou que a ruptura da confiança pública no processo eleitoral pode reacender “narrativas de ruptura e de contestação, inclusive violenta”, semelhantes às que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro.
O alerta consta no relatório divulgado nesta quarta-feira (3), que aponta os principais riscos para a segurança democrática do país em 2026.
Segundo o documento, as eleições de 2026 ocorrerão em um “contexto de múltiplas vulnerabilidades”, com potencial de comprometer a integridade do processo democrático. A agência afirma que o extremismo permanece latente e pode resultar em novas ameaças concretas, como as de 2023.
O relatório descreve a “deslegitimação sistêmica das instituições democráticas” como um dos principais fatores de risco.
De acordo com a Abin, esse desgaste corrói a confiança do eleitorado no Judiciário — especialmente na Justiça Eleitoral —, no Legislativo e na capacidade do Executivo de garantir direitos e liberdades. Com isso, parte da população passa a enxergar essas instituições como “parciais e pouco confiáveis”.

Movimentos extremistas internacionais também preocupam
O documento também aponta ameaças externas. A Abin destaca articulações “transnacionais de movimentos extremistas”, que compartilham táticas de manipulação e propaganda para desestabilizar democracias.
“Atores estatais ou não estatais podem ter altos incentivos para promover ações de desestabilização do processo eleitoral, minando a confiança nas instituições, influenciando resultados e favorecendo interesses geopolíticos e econômicos próprios”, afirma o relatório.