Homem que arrastou mulher em SP teme ser morto e diz que foi agredido por policiais

Atualizado em 4 de dezembro de 2025 às 11:41
Douglas Alves da Silva, preso por atropelar e arrastar Tainara Souza Santos. Foto: Reprodução

Douglas Alves da Silva, preso por atropelar e arrastar Tainara Souza Santos na zona norte de São Paulo na manhã do último sábado (29/11), pediu à Justiça que o caso tramite sob sigilo e alegou correr risco de morte na prisão. A solicitação foi apresentada por sua defesa em duas petições enviadas à Justiça no dia 2 de dezembro. Com informações do UOL.

O advogado Marcos Rogério Leal argumentou que o sigilo “visa proteger a dignidade da pessoa humana, garantir a correta apuração dos fatos e impedir que a pressão midiática prejudique o curso regular da Justiça”. Para ele, a ampla divulgação do caso “manipula trechos do processo e expõe indevidamente o investigado”, gerando hostilidade dentro das unidades prisionais.

A defesa também afirmou que Douglas sofreu “agressões e possível tortura praticada por agentes estatais no momento da prisão”, relato que levou o juiz Guilherme Kellner a acionar a Corregedoria.

Em nova petição, o advogado também relatou ter encontrado Douglas no 26º Distrito Policial “com ferida aberta, expondo-se a risco concreto de iminente infecção, especialmente diante do ambiente insalubre em que se encontra”.

A polícia afirma que Douglas foi baleado no braço esquerdo ao resistir à prisão no Hotel Rebeka, na Vila Prudente, quando teria “investido violentamente contra o investigador de polícia, tentando subtrair-lhe a arma de fogo”. A defesa pede atendimento médico imediato ou a revogação da prisão por incapacidade do Estado em garantir sua integridade.

O Ministério Público recomendou que o sigilo seja negado por “absoluta falta de amparo legal”, afirmando que eventuais abusos policiais devem ser apurados em procedimento próprio. O promotor Leonardo Spina pediu informações urgentes sobre o estado de saúde do acusado e seu acesso a tratamento médico. A Justiça ainda não analisou os pedidos.

Testemunha diz que atropelamento foi intencional

O atropelamento ocorreu no sábado (29). Tainara, mãe de duas crianças, teve as duas pernas amputadas e está em estado grave. Embora Douglas tenha declarado que não conhecia a vítima, o advogado da família, Fábio Costa, afirmou que os dois “já tinham ficado”.

Em um vídeo gravado após sua prisão, Douglas afirmou que não conhecia Tainara Souza e disse que não tinha a intenção de atropelá-la, mas sim o rapaz que a acompanhava. “Eu fui para atropelar ele, não ela”, diz o preso.

No entanto, a testemunha Kauan Silva Bezerra, que estava no carro, disse à polícia que o ataque foi proposital e motivado por ciúmes. Segundo ele, Douglas ficou “transtornado” ao ver Tainara conversando com outro homem e não se deixou impedir.