
Douglas Alves da Silva, preso por atropelar e arrastar Tainara Souza Santos na zona norte de São Paulo na manhã do último sábado (29/11), pediu à Justiça que o caso tramite sob sigilo e alegou correr risco de morte na prisão. A solicitação foi apresentada por sua defesa em duas petições enviadas à Justiça no dia 2 de dezembro. Com informações do UOL.
O advogado Marcos Rogério Leal argumentou que o sigilo “visa proteger a dignidade da pessoa humana, garantir a correta apuração dos fatos e impedir que a pressão midiática prejudique o curso regular da Justiça”. Para ele, a ampla divulgação do caso “manipula trechos do processo e expõe indevidamente o investigado”, gerando hostilidade dentro das unidades prisionais.
A defesa também afirmou que Douglas sofreu “agressões e possível tortura praticada por agentes estatais no momento da prisão”, relato que levou o juiz Guilherme Kellner a acionar a Corregedoria.
Em nova petição, o advogado também relatou ter encontrado Douglas no 26º Distrito Policial “com ferida aberta, expondo-se a risco concreto de iminente infecção, especialmente diante do ambiente insalubre em que se encontra”.
A polícia afirma que Douglas foi baleado no braço esquerdo ao resistir à prisão no Hotel Rebeka, na Vila Prudente, quando teria “investido violentamente contra o investigador de polícia, tentando subtrair-lhe a arma de fogo”. A defesa pede atendimento médico imediato ou a revogação da prisão por incapacidade do Estado em garantir sua integridade.
O Ministério Público recomendou que o sigilo seja negado por “absoluta falta de amparo legal”, afirmando que eventuais abusos policiais devem ser apurados em procedimento próprio. O promotor Leonardo Spina pediu informações urgentes sobre o estado de saúde do acusado e seu acesso a tratamento médico. A Justiça ainda não analisou os pedidos.
*conteúdo sensível* Douglas Alves da Silva, o homem que atropelou e arrastou uma mulher na zona norte de São Paulo no sábado (29), afirmou na audiência de custódia desta segunda (01) ter sido agredido por policiais civis no momento da prisão. pic.twitter.com/wYCghhz9cd
— Não FOI ACIDENTE (@OficialNFA) December 3, 2025
Testemunha diz que atropelamento foi intencional
O atropelamento ocorreu no sábado (29). Tainara, mãe de duas crianças, teve as duas pernas amputadas e está em estado grave. Embora Douglas tenha declarado que não conhecia a vítima, o advogado da família, Fábio Costa, afirmou que os dois “já tinham ficado”.
Em um vídeo gravado após sua prisão, Douglas afirmou que não conhecia Tainara Souza e disse que não tinha a intenção de atropelá-la, mas sim o rapaz que a acompanhava. “Eu fui para atropelar ele, não ela”, diz o preso.
No entanto, a testemunha Kauan Silva Bezerra, que estava no carro, disse à polícia que o ataque foi proposital e motivado por ciúmes. Segundo ele, Douglas ficou “transtornado” ao ver Tainara conversando com outro homem e não se deixou impedir.