
A Justiça italiana voltou a adiar a decisão sobre a extradição de Carla Zambelli e cobrou garantias do Brasil. A audiência agendada para esta quinta (4) foi remarcada para 18 de dezembro. Esse será o novo passo no processo que decidirá se ela voltará ao Brasil para cumprir pena.
Zambelli está presa em Roma desde julho e a Justiça italiana quer que o Brasil garanta que as condições carcerárias serão adequadas. O adiamento foi determinado pela Corte de Apelações de Roma após a chegada de novos documentos apresentados pela defesa.
A promotoria tem até quarta (10) da próxima semana para contestar a inclusão desse material no processo. A defesa tenta evitar a extradição e sustenta que a parlamentar deveria ser julgada pela Justiça italiana.
A primeira audiência, prevista para 27 de novembro, já havia sido adiada por causa de uma greve de advogados, à qual a defesa de Zambelli aderiu. A sessão desta quinta seria a primeira dedicada ao julgamento do mérito da extradição, diferente das anteriores, que discutiam apenas pedidos para que ela aguardasse o processo em liberdade.

A Justiça italiana decidiu mantê-la presa durante o julgamento, ao considerar que há risco de fuga. Zambelli, que possui cidadania italiana, deixou o Brasil em maio, passou pelos Estados Unidos e depois seguiu para a Itália, onde foi detida.
A deputada foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Ao sair do país após a condenação, ela passou a ser tratada como foragida pela Justiça brasileira.
Ao ser presa, Zambelli declarou que pretende provar inocência e que deseja ser julgada pela Justiça italiana, insistindo que não teve envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Corte italiana agora aguarda a análise dos documentos, as manifestações da promotoria e a retomada do julgamento em 18 de dezembro, quando poderá avançar na decisão sobre sua extradição.