
O lançamento da candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para as eleições presidenciais de 2026, abriu uma janela de oportunidade para outros nomes no espectro político. Dentre os cotados, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), começa a ser visto como uma alternativa na corrida pela presidência, especialmente após a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Líderes do Centrão e do PSD, em conversas com o G1, destacam que a candidatura de Flávio Bolsonaro pode enfraquecer a centro-direita, criando um vácuo que Ratinho Júnior poderia preencher. Com a disputa polarizada entre o ex-presidente e o atual presidente, o espaço para uma terceira via mais moderada tem se ampliado, com diversos eleitores buscando alternativas fora dessa polarização. O governador do Paraná aparece como uma opção viável para esse eleitorado.
O nome de Ratinho Júnior, que ainda não se envolveu em polêmicas políticas ao longo de 2025, tem se mantido discreto, como uma estratégia para não se envolver nas disputas ideológicas e manter sua imagem intacta. Em momentos críticos, como durante o aumento de tarifas e no julgamento de Jair Bolsonaro, o governador preferiu não se posicionar de forma acirrada, adotando uma postura mais moderada e focada em questões locais e administrativas.
Esse comportamento tem gerado avaliações positivas entre setores produtivos e o mundo empresarial. “Se Ratinho Júnior continuar evitando a polarização, ele pode conquistar uma parte importante do eleitorado brasileiro”, afirmou uma liderança do Centrão. A impressão é de que, com sua boa avaliação no governo do Paraná, o político tem condições de ampliar seu apoio a nível nacional, principalmente devido à visibilidade do sobrenome e sua associação com o comunicador Ratinho.

Apesar dessa projeção positiva, Ratinho Júnior enfrenta desafios. Sua candidatura presidencial pode desorganizar o grupo político no Paraná, onde o senador Sérgio Moro (União-PR) lidera a disputa estadual. Caso decida disputar a presidência, Ratinho Júnior teria que deixar um “sucessor” forte para evitar a dispersão de sua base política, como aconteceu com Aécio Neves em Minas Gerais em 2014.
Além disso, as pesquisas indicam que Ratinho Júnior ainda tem um nível de desconhecimento elevado entre os eleitores, o que representa tanto um desafio quanto uma oportunidade. Com uma rejeição baixa, ele tem espaço para crescer na corrida presidencial, especialmente entre os eleitores que não se identificam com os polos extremos da política brasileira.
Enquanto isso, a candidatura de Flávio Bolsonaro segue sendo uma incógnita para o cenário eleitoral de 2026. O nome do filho do ex-presidente é visto com reservas, principalmente por seu envolvimento em investigações e sua identificação com a extrema-direita. A polarização com Lula parece inevitável, e muitos analistas acreditam que, com a ascensão de Flávio Bolsonaro, o espaço para um nome como Ratinho Júnior pode ser ainda mais relevante.
Com a crescente insatisfação de setores da sociedade com a polarização, o movimento em torno de Ratinho Júnior pode ganhar força. A necessidade de uma candidatura mais conciliatória e com apelo nacional, sem as raízes de uma agenda radical, pode posicionar o governador do Paraná como uma alternativa sólida para as eleições de 2026, se ele souber navegar entre os dois polos e manter sua imagem moderada