
O advogado-geral da União, Jorge Messias, ganhou espaço na oposição e deve receber votos até no PL, fortalecendo sua expectativa de aprovação para o Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Líderes partidários e integrantes do governo Lula (PT) avaliam que a última semana terminou melhor para o ministro do que começou, com resistências sendo quebradas em bancadas antes consideradas hostis.
Segundo dirigentes, Messias conseguiu furar barreiras até no PL, onde um integrante da sigla estima que ele poderá contar com 6 dos 15 votos da bancada. Há projeção de pelo menos 3 votos no PP, além de maiorias consolidadas no MDB e no PSD.
O fato de Messias ser evangélico é visto como um elemento que reduz resistências ideológicas entre senadores dessa base religiosa. Seu endosso pelo presidente do Conselho Federal de Medicina também pesa positivamente entre parlamentares conservadores.
Votação sem data e adiamento estratégico
Para ser aprovado ao STF, Messias precisa de 41 dos 81 votos do Senado. A sabatina ainda não tem data definida. O adiamento para fevereiro é visto por aliados como oportunidade para ampliar a margem de apoio.
A mudança ocorreu porque o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, suspendeu a data prevista após o Planalto não enviar a comunicação formal da indicação — documento obrigatório para iniciar a análise.
A escolha de Messias tensionou a relação entre Lula e Alcolumbre, que defendia a indicação do aliado Rodrigo Pacheco. O episódio abalou a parceria entre o governo e o presidente do Senado, que vinha funcionando como contraponto a Hugo Motta no Congresso.
Após dias de atritos, Lula afirmou a aliados que pretende conversar pessoalmente com Alcolumbre para recompor a relação. Na sexta-feira (5), o senador fez um agradecimento público ao presidente, sinalizando disposição para uma trégua.
