Trump diz que fusão Netflix–Warner Bros. pode ser “problema” e que participará da decisão

Atualizado em 8 de dezembro de 2025 às 8:48
Trump e a mulher Melania

O presidente dos EUA Donald Trump declarou no domingo (7) que a fusão de 72 bilhões de dólares entre Netflix e Warner Bros. Discovery “pode ser um problema” por causa do tamanho que a empresa formada passaria a ter no mercado. Considerando dívidas, o valor total da operação ultrapassa 82 bilhões.

O acordo anunciado na sexta prevê que a Netflix compre o estúdio Warner Bros., a HBO e o serviço HBO Max, além do extenso acervo de filmes e séries do grupo. As redes de TV a cabo, como CNN e TNT, ficam fora da transação.

Trump disse que a aprovação ainda é incerta. Segundo ele, o processo vai seguir seu curso, mas o impacto do aumento de participação de mercado da Netflix levanta dúvidas. A plataforma supera 300 milhões de assinantes no mundo, mantendo a liderança global do streaming.

Ele afirmou que consultará economistas antes de tomar posição e que pretende participar diretamente da decisão. Presidentes raramente se envolvem nesse tipo de avaliação antitruste, que costuma ficar a cargo do Departamento de Justiça. Como as empresas não possuem emissoras de TV aberta, o acordo não precisa passar pela FCC, mas deve ser analisado pelo setor antitruste do governo americano e por reguladores internacionais, como a Comissão Europeia.

Mais cedo, a Bloomberg revelou que Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, esteve na Casa Branca em novembro para discutir o negócio. Trump confirmou o encontro e elogiou o executivo, dizendo que nenhuma promessa foi feita.

Durante seus mandatos, Trump alterou de forma significativa a relação entre grandes corporações e o governo federal. Em julho, sua administração aprovou a fusão entre Paramount Global e Skydance após uma negociação tensa que incluiu concessões da Paramount.

O anúncio do acordo da Netflix também chamou atenção no Congresso. A senadora Elizabeth Warren classificou a operação como um “pesadelo antimonopólio”.