
O encontro marcado entre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à presidência, e líderes partidários do Centrão para discutir sua candidatura foi esvaziado nesta segunda (8). A reunião, que foi anunciada no fim de semana, tinha como tema central os planos para 2026 e a condição que ele impôs para seguir em frente com a empreitada: a anistia aos condenados pelo ataque de 8 de janeiro e ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre pena por envolvimento no golpe.
Segundo o Metrópoles, Flávio convidou os principais líderes partidários do Centrão, incluindo Valdemar Costa Neto, do Partido Liberal (PL), Antonio Rueda, do União Brasil, Ciro Nogueira, do Progressistas (PP), e Marcos Pereira, do Republicanos.
Exceto por Valdemar, os outros convidados alegaram compromissos de agenda e recusaram o convite. Ciro, por exemplo, alegou já ter um compromisso no Paraná, mas disse que procuraria Flávio para uma conversa após retornar a Brasília.
Além dele, os outros líderes também não confirmaram presença. Rueda ainda não se manifestou sobre a reunião, enquanto Marcos Pereira informou por telefone que não poderia comparecer. A assessoria do senador não atualizou a agenda ou confirmou se a reunião aconteceria sem a presença dos principais convidados.

Desde que anunciou sua candidatura, Flávio tem buscado apoio dos partidos do Centrão para viabilizar sua candidatura à presidência, substituindo seu pai. Até o momento, esses esforços não têm sido bem-sucedidos. Em uma declaração no sábado (6), ele indicou que seu primeiro gesto seria solicitar a aprovação da anistia ainda este ano, como uma maneira de unir a direita em torno de seu nome para 2026.
Os principais líderes do Centrão, no entanto, favorecem o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o grande representante da direita para a eleição de 2026. A candidatura de Flávio gerou frustração entre esses grupos, que veem o ex-ministro como a opção mais viável para suceder Bolsonaro e representar a continuidade da direita.
Após o anúncio da candidatura de Flávio, Rueda divulgou uma nota do partido se posicionando contra a polarização. O comunicado dizia que, em 2026, o país precisaria de um caminho político que privilegiasse o diálogo e a construção de um projeto responsável, sem recorrer à polarização.