
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, entre os dias 2 e 4 de dezembro, revelou que o presidente Lula é visto como a principal liderança da esquerda por 56% dos brasileiros, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro é identificado como o maior nome da direita por 35%.
O levantamento, que ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios, revela uma maior coesão em torno de Lula no campo da esquerda, enquanto a direita está mais fragmentada.
A pesquisa também revelou um alto índice de desconhecimento, com 36% dos entrevistados não sabendo identificar o maior nome da direita e 30% apontando a mesma falta de conhecimento sobre a liderança à esquerda.
Entre os eleitores do PT, 46% afirmaram não saber quem é o maior nome da direita, e 16% chegaram a identificar Lula como a principal liderança desse campo.
No total, considerando todos os entrevistados, Lula aparece em segundo lugar entre os nomes associados à direita, com 9%, superando figuras como o governador Tarcísio de Freitas, com 5%, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 2%. A surpresa fica por conta do senador Flávio Bolsonaro, que, mesmo com sua pré-candidatura à presidência, obteve apenas 1% das menções.

No entanto, na análise das lideranças à esquerda, Lula se mantém disparado na frente. Curiosamente, o ex-presidente Bolsonaro foi apontado como líder da esquerda por 5% dos entrevistados. Na sequência, aparecem nomes como o ministro do STF Alexandre de Moraes (2%) e o ministro da Fazenda Fernando Haddad (1%).
A pesquisa mostra que, enquanto na direita há uma fragmentação considerável, a esquerda permanece mais coesa em torno de Lula, com apenas 2% dos entrevistados dizendo não haver uma liderança clara nesse campo.
A pesquisa também revelou que, entre os eleitores que se identificam com o bolsonarismo, 52% consideram Bolsonaro como a principal liderança de sua ideologia, enquanto 60% dos petistas veem Lula como a maior figura da esquerda.
Por outro lado, entre os petistas, apenas 20% apontam Bolsonaro como líder à direita, e 51% reconhecem Lula como o principal nome do campo oposto. Os dados indicam a atual indefinição sobre o sucessor do ex-presidente dentro de seu campo político, especialmente após o lançamento da pré-candidatura de Flávio.
Há quem veja a candidatura como um blefe, com especulações de que o governador Tarcísio poderia ser o candidato mais forte da direita em 2026. Outros, no entanto, acreditam que o lançamento da candidatura do senador visa fortalecer sua posição política frente a Michelle Bolsonaro, com quem recentemente teve atritos.
Por outro lado, a forte coesão em torno de Lula dentro da esquerda pode representar um desafio no futuro, uma vez que a pesquisa não aponta um crescimento significativo de uma liderança alternativa mais jovem, como Fernando Haddad ou Guilherme Boulos.