O cineasta americano Cyrus Nowrasteh, diretor de “The Dark Horse”, o filme sobre Jair Bolsonaro, é conhecido por sua carreira focada em temas religiosos e políticos. Ele tem um histórico de produções com apelo moral e ideológico, o que mostra a estratégia da produção para promover uma narrativa de extrema-direita.
Além do filme sobre o ex-presidente, Nowrasteh também é responsável por “O Apedrejamento de Soraya M.” (2008), um drama baseado em relatos sobre violência contra mulheres no Irã, e “O Jovem Messias” (2016), que reconta a infância de Jesus Cristo.
A relação de Nowrasteh com o Brasil não é nova. Nos anos 90, ele trabalhou como roteirista em “Jenipapo” (1995), um filme brasileiro com um elenco de estrelas como Henry Czerny e Marília Pêra.
Sua abordagem em “The Dark Horse” será focada na eleição de 2018 de Bolsonaro, usando episódios como o ataque de Adélio Bispo e promovendo a ideia do ex-presidente como um “vencedor improvável” contra a esquerda. O filme, que tornou-se alvo de diversas denúncias feitas por trabalhadores brasileiros — de agressões a comida estragada —, tenta construir uma imagem de Bolsonaro como um “herói” da política brasileira e como um combatente da corrupção. Veja o primeiro teaser:
🚨 VEJA: Saiu o PRIMEIRO TEASER de The Dark Horse, filme onde Jim Caviezel (o Jesus de A Paixão de Cristo) interpreta Bolsonaro durante a campanha de 2018. pic.twitter.com/9DpwMpVIZ4
— Brasil Alternativo (@bralternativo_) December 8, 2025
A produção do filme está sendo coordenada por uma rede internacional de cineastas, com nomes importantes nos círculos de extrema-direita, como o produtor mexicano Eduardo Verástegui, ex-ator conhecido por seu apoio a causas “pró-vida” e movimentos conservadores.
Além de ser um dos principais articuladores da CPAC México, Verástegui também gerencia várias empresas de mídia e distribuidoras de filmes com forte conteúdo religioso e conservador, como a Metanoia Films e a Angel Studios.
O ator que interpreta Bolsonaro é Jim Caviezel, famoso por seu papel em “A Paixão de Cristo” e apoio a teorias da conspirações, como o QAnon. Ele também acredita na existência de um grupo satânico entre líderes mundiais.
“The Dark Horse” se insere no movimento de uma rede cultural de extrema-direita que busca expandir sua influência globalmente. O filme, embora focado no Brasil, está sendo projetado para atrair adeptos radicais de vários países.
O longa é filmado em inglês, apesar de alguns erros de tradução, e tem uma equipe predominantemente americana com o objetivo justamente de atrair público estrangeiro.