
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (9) que a ocupação da cadeira da Presidência pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) “desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo”. Na mesma publicação, Motta informou que determinou a apuração de possíveis excessos na atuação da Polícia Legislativa contra a imprensa.
O deputado ocupou a cadeira da Presidência por pouco mais de duas horas em protesto contra a decisão de Motta de pautar para a quarta-feira (10) a votação do pedido de cassação de seu mandato. Ele se recusou a deixar o local e foi retirado à força por agentes da Polícia Legislativa.
Glauber foi agredido por agentes da Polícia Legislativa no momento em que era retirado à força da cadeira da Presidência da Câmara, durante a ação que também resultou em agressões contra jornalistas no plenário. A TV Câmara também interrompeu a transmissão da sessão no momento da ação.
🚨 VERGONHOSO!
Após o sinal da TV Câmara ser cortado, o deputado Glauber Braga ser retirado com violência da Câmara e a imprensa ser proibida de estar no Plenário, a Polícia Legislativa simplesmente saiu AGREDINDO JORNALISTAS.
É assim que vão aprovar a anistia pro Bolsonaro?… pic.twitter.com/NqoXp0P2CY
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) December 9, 2025
Após deixar o plenário com o terno rasgado, Glauber afirmou: “Eu quero me solidarizar com a imprensa também que foi agredida e que teve o seu trabalho cerceado. Eu estou aqui há bastante tempo, aqui há algum tempo pelo menos. Até hoje eu não tinha ouvido falar de cortarem o sinal da TV Câmara para que as pessoas não acompanhassem o que estava acontecendo dentro do plenário.”

Na mesma fala, o deputado também declarou: “A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara por 48 horas por dois dias em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país.”
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Hugo Motta publicou que, além de classificar a ocupação como desrespeito institucional, determinou a abertura de apuração sobre a atuação contra jornalistas no plenário da Câmara.
Veja na íntegra :
Quando o deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da Presidência da Câmara para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o presidente em exercício. Ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo. Inclusive de forma reincidente, pois já havia ocupado uma comissão em greve de fome por mais de uma semana.
O agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica. O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele.
Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político.