Ex-banqueiro é executado na China por corrupção milionária

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 15:37
Bai Tianhui, ex-gerente geral da China Huarong International Holdings (CHIH). Foto: Divulgação

A China executou, nesta terça-feira (9), Bai Tianhui, ex-diretor-geral da China Huarong International Holdings (CHIH), uma importante subsidiária da China Huarong Asset Management.

Ele foi condenado por corrupção e aceitou subornos que ultrapassam US$ 156 milhões (cerca de R$ 847 milhões), entre 2014 e 2018, em troca de favores em aquisições e financiamento de projetos.

A informação foi divulgada pela mídia estatal, que detalhou sua execução na cidade de Tianjin, após um encontro com a família, sem especificar como foi realizada. O caso de Bai é parte da contínua campanha anticorrupção promovida pelo presidente chinês Xi Jinping, que visa erradicar a corrupção no setor público e nas grandes corporações estatais.

Bai Tianhui, ex-executivo de uma das maiores empresas de gestão de ativos do país, foi considerado culpado de aceitar os subornos em troca de facilidades para negócios envolvendo o governo e projetos estratégicos.

A China Huarong Asset Management, a qual a CHIH pertence, é uma das principais gestoras de dívidas estatais e também tem sido alvo das ações anticorrupção no país. Em 2021, o ex-presidente do grupo, Lai Xiaomin, foi executado pela mesma razão, após ser acusado de receber US$ 253 milhões em subornos.

Em relação ao processo judicial, Bai Tianhui havia apelado da condenação, que foi emitida em maio de 2024 por um tribunal de Tianjin.

Bai Tianhui, ex-gerente geral da China Huarong International Holdings (CHIH). Foto: Divulgação

No entanto, o principal tribunal do país ratificou a sentença de morte em fevereiro de 2025, validando a decisão de que a corrupção do ex-banqueiro foi “excepcionalmente grave” e teve um “impacto social atroz”, com grandes prejuízos para os interesses do Estado e da população.

A mídia estatal destacou que o caso envolveu um valor de subornos incomum, o que justificou a pena de morte. Na China, as penas de morte por corrupção são frequentemente adiadas por dois anos antes de serem, eventualmente, comutadas para prisão perpétua.

No entanto, a execução de Bai Tianhui demonstra o rigor das autoridades em casos que envolvem grandes quantias de suborno e fraudes no setor público. A execução dele foi realizada dentro da estratégia de Xi Jinping de reforçar a luta contra a corrupção no país.

A campanha começou em 2012 e já resultou em milhares de prisões e condenações, tanto em cargos altos do governo quanto em grandes empresas. Entretanto, o país mantém em sigilo as estatísticas sobre execuções, o que torna difícil estimar com precisão o número de condenações à morte que realmente são cumpridas.

Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, denunciam a opacidade do sistema judicial chinês e a falta de um devido processo legal transparente. Grupos de defesa afirmam que a China executa milhares de pessoas anualmente, muitas vezes sem a devida consideração dos direitos dos acusados ou das provas apresentadas durante os julgamentos.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.