“Intervenção brutal”: Maduro reage à apreensão de petroleiro pelos EUA

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 20:59
Tropas dos EUA capturam navio petroleiro próximo à Venezuela. Foto: Reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou comunicado nesta quarta-feira (10) em que afirmou que o país “exige o fim da intervenção brutal e ilegal dos Estados Unidos” após a captura de um navio petroleiro em águas próximas à costa venezuelana. A manifestação ocorreu depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar publicamente a operação. Com informações da Folha.

Trump declarou à imprensa que as forças norte-americanas interceptaram o navio em águas internacionais. Em sua fala, afirmou: “Acabamos de tomar um petroleiro na costa da Venezuela — um navio muito grande, o maior já capturado, na verdade. Outras coisas também estão acontecendo, vocês verão mais tarde”. Em outro momento, disse que a captura ocorreu “por uma ótima razão” e, ao ser questionado sobre a carga, respondeu: “acho que vai ficar conosco”.

De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, trata-se do petroleiro Skipper, de bandeira da Guiana. Dados de plataformas de rastreamento apontam que a última rota registrada foi entre o porto de Basra, no Iraque, e Georgetown, capital guianense. Autoridades americanas afirmaram que a tripulação não ofereceu resistência durante a abordagem.

Segundo informações divulgadas pela secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, a operação envolveu o FBI, o Departamento de Segurança Interna e o Pentágono. O governo americano afirmou que o navio seria usado para transportar petróleo da Venezuela e do Irã sob regime de sanções econômicas. Veículos como Bloomberg e The New York Times relataram ainda que a embarcação estaria utilizando bandeira falsa.

Na mesma entrevista, Trump também se referiu ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmando: “é melhor ele ficar esperto, ou será o próximo. Espero que ele esteja escutando: será o próximo”. Já Petro declarou nesta quarta-feira (10) que defende uma anistia geral e um governo de transição na Venezuela.

O episódio ocorre em meio ao reforço da presença militar dos Estados Unidos no Caribe, com envio de tropas, caças e do porta-aviões USS Gerald Ford. Sobre o tema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em (3) de dezembro que defendeu ações de combate ao crime organizado baseadas em inteligência, sem uso de armas, em referência às operações dos EUA na região.