
A Faculdade de Direito da USP decidiu, por unanimidade, demitir o professor Alysson Mascaro após concluir que são procedentes as acusações de assédio e abuso sexual feitas por alunos e ex-alunos. A votação ocorreu nesta quinta-feira (11) na congregação da unidade. A decisão segue agora para homologação pela Reitoria da universidade.
O caso esteve sob investigação interna por mais de oito meses. Mascaro foi afastado de suas funções após a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar, em 12 de fevereiro, a pedido da Procuradoria-Geral da USP. Um relatório preliminar indicou indícios suficientes para dar seguimento à apuração.
Durante o processo, estudantes relataram que o professor atraía alunos ao seu apartamento com a oferta de orientação acadêmica e, em alguns casos, os colocava em situações constrangedoras — como a exigência de que ficassem apenas de cueca para abraçá-lo, sob o argumento de que estaria reproduzindo práticas atribuídas a filósofos da Grécia Antiga.
As denúncias também foram encaminhadas ao Ministério Público, e a polícia mantém investigação aberta sobre o caso. Mascaro, que é advogado, professor associado da Faculdade de Direito desde 2006 e referência na tradição marxista do pensamento jurídico, negou todas as acusações.
Em nota divulgada em novembro, afirmou ser “vítima de crime cibernético” e alvo de um “processo de perseguição” baseado em “acusações inverídicas”. Ele manteve a mesma linha de defesa ao longo do PAD e, paralelamente, lançou recentemente um livro sobre cancelamento digital. Com a decisão da congregação, a USP encerra a fase administrativa do processo e aguarda apenas o ato formal da Reitoria para efetivar a demissão.