IBGE aponta queda de 5,8% e Brasil tem pior índice de nascimentos em 20 anos

Atualizado em 11 de dezembro de 2025 às 23:47

Certidão de Nascimento. Reprodução

O Brasil registrou pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. O total representa queda de 5,8% em relação aos 2,52 milhões contabilizados em 2023, configurando o sexto recuo consecutivo no país. A redução é a maior dos últimos 20 anos, superando o índice de -5,1% observado entre 2015 e 2016.

As informações integram a pesquisa “Estatísticas do Registro Civil”, que reúne registros de mais de 8 mil cartórios. A gerente do estudo, Klivia Brayner, afirma que a diminuição no número de nascimentos já vem sendo observada em levantamentos anteriores. A demógrafa Cintia Simoes Agostinho explica que a queda acompanha o envelhecimento da população, que resulta em menor número de mulheres entre 15 e 49 anos.

Os dados apresentam médias de 198 mil nascimentos por mês, 6,6 mil por dia e 275 por hora. Março aparece como o mês com maior volume, seguido por maio, abril e janeiro. Na outra ponta, novembro e dezembro tiveram os menores números. Para cada 100 bebês do sexo feminino, houve 105 do masculino.

Casa de Parto: Brasil tem 275 nascimentos por hora. Foto: Agência Brasil

Ao analisar a idade das mães, o estudo mostra mudanças em duas décadas. Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mulheres com até 24 anos; em 2024, esse percentual caiu para 34,6%. Já os estados do Sul, Sudeste e o Distrito Federal concentram as maiores proporções de mães com mais de 30 anos no momento do parto. No Norte, estados como Acre, Amazonas e Maranhão apresentam os maiores índices de partos de mulheres até 19 anos.

Além dos nascimentos registrados em 2024, o IBGE identificou 65,8 mil ocorrências de anos anteriores que só foram formalizadas no ano passado. A legislação prevê que o registro seja feito em até 15 dias, ampliado para três meses em localidades distantes mais de 30 quilômetros de um cartório. Entre os nascimentos ocorridos em 2024, 88,5% foram registrados dentro do prazo.

O levantamento também aponta que 34,3% dos partos aconteceram em municípios diferentes da residência da mãe. Sergipe e Pernambuco concentram os maiores índices, enquanto no Distrito Federal esse percentual ficou em 1,9%. Entre cidades com mais de 500 mil habitantes, Belford Roxo, Jaboatão dos Guararapes e Aparecida de Goiânia lideram a proporção de nascimentos fora do município de moradia da mãe.