835 mil imóveis seguem sem luz quase 50 horas após vendaval em SP

Atualizado em 12 de dezembro de 2025 às 8:27
Rua na região do Sacomã, na Zona Sul de São Paulo, sem energia no dia 12 de dezembro de 2025 — Foto: Caio Portari/TV Globo
Rua na região do Sacomã, na Zona Sul de São Paulo, sem energia nesta sexta-feira (12). Foto: Caio Portari/TV Globo

Quase 50 horas após o início do vendaval, a Grande São Paulo ainda tem 835 mil imóveis sem energia elétrica, segundo boletim da Enel divulgado às 6h desta sexta-feira (12). A falta de luz segue afetando serviços essenciais, como semáforos, abastecimento de água e a mobilidade urbana em diferentes cidades da região metropolitana.

De acordo com a concessionária, a capital paulista lidera em números absolutos, com 589 mil endereços sem energia.

Em termos proporcionais, as situações mais críticas estão em Juquitiba, onde 39% dos imóveis seguem às escuras; Itapecerica da Serra, com 33% (22,4 mil imóveis); e Embu das Artes, com 26,4%. A Enel informou que não há prazo para o restabelecimento total do serviço.

Em nota enviada ao G1, a empresa afirmou que já restabeleceu a energia para cerca de 1,8 milhão de clientes, dos 2,2 milhões inicialmente afetados. Segundo a concessionária, “outros cerca de 500 mil novos casos ingressaram ao longo do dia de ontem com solicitação de atendimento, em decorrência da continuidade dos ventos pela manhã”.

Atualmente, a Enel diz trabalhar para normalizar o fornecimento para cerca de 830 mil clientes, o equivalente a 9,8% da base da distribuidora.

Em comunicado publicado no site, a empresa responsabilizou o fenômeno climático: “Nossa área de concessão foi afetada por um ciclone extratropical e um vendaval histórico, segundo o Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas nessa quarta-feira”.

O texto afirma ainda que “as fortes rajadas de até 98 km/h derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica”.

“Ventos dificultaram os reparos”

Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, o diretor regional da Enel, Marcelo Puertas, afirmou que os ventos constantes agravaram a situação.

“Nós estávamos preparados, sabíamos que ia entrar esse efeito climático. Porém, não sabíamos que ia durar o dia todo. Isso é completamente diferente das outras crises”, disse. Na manhã de quarta-feira (10), as rajadas chegaram a 96 km/h na capital e na região metropolitana.

Na quinta-feira, pátios com dezenas de veículos de manutenção da concessionária foram vistos em diferentes pontos da cidade, enquanto mais de 1,5 milhão de moradores seguiam sem energia. A Enel, no entanto, afirmou que os carros pertencem a equipes de turnos distintos.