
Técnicos “a serviço da Enel” foram flagrados gravando uma dancinha na Avenida Paulista enquanto São Paulo enfrentava um dos piores apagões dos últimos anos. O vídeo foi registrado na manhã de sexta-feira (12), no momento em que mais de 500 mil residências na capital ainda estavam sem energia elétrica após a passagem de um ciclone extratropical.
A cena ocorreu pouco antes das 10h, na calçada em frente ao Parque Trianon. Quatro homens uniformizados, ligados à empresa terceirizada STN — fornecedora de mão de obra para a Enel — participaram da gravação, orientados por profissionais de marketing.
Enquanto dançavam, uma caixa de som tocava alto uma música com o trecho: “Segurança é nossa missão, dedicação sem fim, sem razão. Trazendo aos clientes um presente para as famílias, vida decente”.
⏯️ Técnicos da Enel gravam dancinha na Paulista enquanto SP vive apagão
Trabalhadores da Enel estavam gravando vídeo institucional da Enel na manhã desta sexta-feira na Avenida Paulista
Leia na coluna de Demétrio Vecchioli pic.twitter.com/aGS0PC01P6
— Metrópoles (@Metropoles) December 12, 2025
Procurada, a Enel afirmou que a gravação não foi feita pela companhia. Já a STN declarou que os homens vestidos como técnicos “não eram técnicos a serviço da Enel” e disse que “não teve a intenção de causar desconforto ou qualquer prejuízo à imagem da Enel”, sem dar mais detalhes sobre o episódio.
Apagão ainda atinge milhares
A gravação aconteceu em meio a fortes críticas à concessionária pela demora na normalização do serviço, cenário que ainda não mudou. Quatro dias após o vendaval, São Paulo ainda contabiliza 519 mil imóveis sem luz na manhã deste sábado (13), segundo dados da própria Enel, deixando centenas de milhares de moradores sem energia.
Na capital paulista, 387 mil imóveis seguem sem fornecimento de energia, o equivalente a 6,68% do total de 5,8 milhões de unidades atendidas. Em Santo André, são 13.537 clientes sem luz, e em São Bernardo do Campo, 14.647.
Proporcionalmente, a situação é mais grave em Cotia (10%), Itapecerica da Serra (19,90%), Embu-Guaçu (22,43%) e Juquitiba (31,50%).