VÍDEO: PF apreende joias em operação sobre emendas contra assessora de Arthur Lira

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 17:58
Mariângela Fialek, alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira

A Polícia Federal apreendeu diversas joias durante a Operação Transparência, deflagrada na sexta-feira (12), que tem como alvo a assessora da Câmara dos Deputados Mariângela Fialek, conhecida como Tuca. A investigação apura suspeitas de irregularidades na indicação de emendas parlamentares vinculadas ao período em que ela atuou junto à antiga presidência da Casa.

Segundo apuração da TV Globo, as joias foram encontradas no apartamento da assessora, em Brasília. Os objetos serão submetidos a perícia para identificação, avaliação e estimativa de valor. A PF também apreendeu um telefone celular e outros pertences durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

De acordo com os investigadores, caso fique comprovado que as joias têm origem ilícita ou foram utilizadas em crimes relacionados ao esquema sob investigação, os bens poderão ser alienados ao final do processo judicial, com os valores revertidos para ressarcimento dos cofres públicos.

Mariângela Fialek é atualmente lotada na liderança do PP na Câmara e foi assessora direta do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Ela é apontada pela Polícia Federal como responsável por operacionalizar a indicação de emendas parlamentares que estão sob suspeita de desvio.

A operação contou com autorização do Supremo Tribunal Federal e teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Além da residência da assessora, os policiais também fizeram buscas em salas utilizadas por ela dentro da Câmara dos Deputados, incluindo um espaço formalmente vinculado à Presidência da Casa e que passou a ser usado por Mariângela a partir de 2022. Veja o vídeo na integra:

https://g1.globo.com/politica/video/veja-joias-encontradas-durante-operacao-sobre-emendas-contra-assessora-da-camara-14178012.ghtml

Na decisão que autorizou a operação, o ministro Flávio Dino afirmou que depoimentos de parlamentares indicam que a assessora atuava diretamente no encaminhamento das emendas e que, em alguns casos, fazia as indicações em nome de Arthur Lira. O despacho aponta indícios de que ela integraria uma estrutura organizada para direcionamento indevido de recursos públicos, hipótese que ainda está em apuração.

Em nota, a defesa de Mariângela Fialek negou qualquer irregularidade. Os advogados afirmaram que a atuação da assessora era exclusivamente técnica e que a organização das emendas seguia decisões da Presidência da Câmara e do Colégio de Líderes, sem iniciativa individual da funcionária.

Também em comunicado oficial, o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu em defesa da assessora. Ele classificou Mariângela como uma “técnica competente”, “responsável” e “comprometida com a boa gestão da coisa pública”, enquanto a investigação segue em andamento.