Defesa da Enel cobra que Nunes “assuma suas responsabilidades” no apagão em SP

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 21:17
Logo da Enel • Divulgação

A Enel elevou o tom contra o prefeito Ricardo Nunes em meio ao apagão que deixou mais de 1,3 milhão de moradores sem luz em São Paulo. Após Nunes pedir intervenção federal e acusar a empresa de “mentir” sobre o número de equipes em campo, a concessionária reagiu com dureza.

“O prefeito age como o marido traído que coloca a culpa no sofá. Ele que assuma suas responsabilidades”, afirmou Henrique Ávila, advogado da Enel, dizendo que o caos “se instalou em razão do não cumprimento das suas obrigações de podas de árvores”.

O também advogado da companhia, Vitor Alves de Brito, reforçou que a empresa opera com “reforço máximo”, mobilizando “mais de 1.600 equipes operacionais próprias e terceirizadas”. Para Brito, a raiz do problema não está na concessionária, mas na prefeitura: “É o prefeito quem falha na gestão arbórea da cidade de São Paulo. As centenas de árvores condenadas e derrubadas pelos ventos extremos reforçam a omissão da prefeitura”.

Os advogados citaram ainda que a Enel está sob fiscalização constante. “A Aneel atestou em setembro que cumprimos todos os indicadores”, disse Brito. A empresa considera injustas as acusações de Nunes e afirma que o evento climático teve impacto severo na rede. Em nota pública, declarou ter restabelecido o serviço a 1,8 milhão de clientes e classificou os danos como de “alta complexidade”.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Nunes mantém as críticas e afirma que a empresa não está sendo transparente. Segundo ele, o sistema de câmeras SmartSampa identificou “apenas 40 veículos da Enel” circulando pela cidade, contestando o número de equipes anunciado.

O prefeito também disse que há “48 árvores caídas há mais de 70 horas” aguardando desligamento da rede pela Enel, o que impede a remoção segura. “Se houvesse mais de mil equipes nas ruas, o serviço já teria sido restabelecido”, declarou. O prefeito afirmou ainda que a companhia “mente”.